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Trisal e seguro de vida teriam motivado assassinato de homem na Grande BH; entenda o caso

Homicídio foi ordenado por uma gerente bancária que participou de um triângulo amoroso com a vítima e teria se apaixonado pela esposa do homem

Vaner Augusto Chaves, de 40 anos, foi morto a tiros ao chegar em casa

A Polícia Civil divulgou, nesta terça-feira (26), os detalhes da investigação do assassinato de um homem em agosto de 2021 no bairro Riacho das Pedras, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Um seguro de vida de R$ 220 mil teria sido o motivo do homicídio, mas um triângulo amoroso também pode estar por trás do caso.

Vaner Augusto Chaves, de 40 anos, foi morto a tiros quando estacionava o carro na garagem de casa. Ele e a esposa chegavam de uma casa de show quando foram surpreendidos por dois homens armados, que deram vários tiros na vítima e levaram alguns pertences da vítima. Veja o vídeo:

A suspeita inicial era de que se tratava de um caso de latrocínio, ou seja, roubo seguido de morte. Mas, no decorrer da investigação, os delegados descobriram que uma gerente bancária de 28 anos teria tido um caso com a esposa de Vaner. A mulher contou o caso ao marido, que teria aceitado a situação e transformado o casal, que estava junto há 20 anos, em um trisal.

Após algum tempo, a gerente bancária decidiu sair do triângulo amoroso por não querer ter relações com o homem. Mas, pouco depois, a mulher insistiu e voltou para o relacionamento à três. Nesta mesma época, a suspeita convenceu Vaner a fazer um seguro de vida no banco em que trabalhava, no valor de R$ 220 mil. O seguro foi feito e a primeira parcela foi paga pela própria suspeita.

Para os investigadores, o seguro de vida foi o verdadeiro motivo para a gerente bancária voltar a se relacionar com o casal. Eles acreditam que a suspeita tinha a intenção de matar Vaner para ficar com a esposa dele e também com o dinheiro do seguro.

Contradições

Durante o inquérito, a suspeita foi ouvida várias vezes e acabou entrando em contradição. Os investigadores acabaram descobrindo que ela encomendou a morte da Vaner e pagou R$ 2 mil para um tio, ex-policial penal terceirizado e agente sócio-educativo, e mais R$ 2 mil para um amigo dele realizarem o serviço. O inquérito demorou a ser concluído porque o tio da gerente bancária tentou atrapalhar a investigação.

O delegado Gustavo Barletta, do Departamento de Investigação de Crimes Contra o Patrimônio, detalha que os três suspeitos devem responder por homicídio qualificado por motivo torpe e promessa de recompensa. A gerente bancária é acusada individualmente por fraude processual e denúncia caluniosa, enquanto a dupla responsável pelo assassianto também responde por adulteração de sinal de veículo. Um terceiro suspeito segue sendo procurado.

Mãe da vítima se pronuncia

A mãe da vítima, Maria Aparecida Carneiro Gomes, também esteve presente na delegacia durante a coletiva da Polícia Civil. Muito abalada, a idosa contou que o pai de Vaner morreu poucos dias depois do filho e negou o suposto triângulo amoroso relatado pelos policiais.

“Destruiu minha família. O pai dele não foi no enterro, parou de comer e beber depois que o Vaner morreu e acabou morrendo 15 dias depois de falência múltipla de órgãos. Vaner era mais agarrado com o pai do que comigo. Sinto muito, mas não teve triângulo amoroso. Meu filho separou da esposa porque não estava aguentando mais aquela situação.”

A investigação também apontou que um colega de trabalho da gerente bancária chegou a perder o emprego por ter sido orientado por ela para oferecer o seguro de vida para Vaner. A própria gerente passou por um processo administrativo e foi demitida.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.
Jornalista formado em Comunicação Social pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UNI-BH). Na Itatiaia desde 2008, é “cria” da rádio, onde começou como estagiário. É especialista na cobertura de jornalismo policial e também assuntos factuais. Também participou de coberturas especiais em BH, Minas Gerais e outros estados. Além de repórter, é também apresentador do programa Itatiaia Patrulha na ausência do titular e amigo, Renato Rios Neto.