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Casal denuncia cerimonialista de BH por golpe e sofre prejuízo de R$ 40 mil

Casal afirma que cerimonialista não apareceu no dia do casamento e conta que precisou contratar novo serviço faltando horas para festa

Casal pediu dinheiro emprestado no dia do casamento para conseguir arcar com os custos e manter a festa

Um casal de recém casados está denunciando um cerimonialista de ter aplicado um golpe, deixando-os com um prejuízo de mais de R$40 mil reais. Isabella Dias, de 23 anos, contou à Itatiaia que fez toda a organização do casamento com o cerimonialista João Pedro Faria, mas que, no dia da cerimônia, ele não apareceu e ela precisou pagar de última hora outra empresa.

Segundo o casal, o casamento foi organizado há um ano e quatro meses, e aconteceu no dia 15 de abril. Até a véspera da festa, o cerimonialista tinha sido presente e não tinha demonstrado nenhum sinal de que aplicaria um golpe. Tudo aconteceu de sexta-feira para sábado, dia do casamento.

“A gente realizou o pagamento à vista através de PIX há um ano e, desde então, a gente vem mantendo contato com ele. Na semana do casamento a gente realizou uma visita técnica no sítio pra gente fazer os ensaios e ele até compareceu. Na quinta ele me mandou fotos de toda a preparação e a gente conversou. Não tinha o porquê de eu imaginar que seria um golpe”, relata Isabella.

No sábado de madrugada, faltando apenas algumas horas para a festa, Isabella recebeu uma mensagem do cerimonialista, que dizia que ele iria se matar e não queria mais viver. A princípio, ela contou que ficou preocupada, pensando que ele tinha tido problemas pessoas. Entretanto, ele não apareceu mais, parou de responder as mensagens e ligações dela e do noivo, mas continuava ativo nas redes sociais normalmente.

“Ele me mandou uma mensagem falando que ele ia tirar a vida. Mandou essa mensagem e desapareceu, não atendeu mais meu telefone, não respondia mais às minhas mensagens. Porém, os stories de familiares ele visualizava e via como que tava o andamento do casamento. Ele realmente isolou meu noivo e eu”.

O casal esperou até às 8h da manhã, uma hora depois do combinado de começar os preparativos da festa. A família, então, foi até o escritório e casa de João Pedro, procurou por ele no bairro, mas não conseguiram achá-lo. Neste momento, decidiram contratar outro cerimonialista de última hora, e precisaram pagar o buffet e a decoração novamente.

“A gente pensou realmente que ele tinha algum problema pessoal, tinha dado um ataque psicológico, um surto. Quando meu noivo percebeu que ele realmente tinha sumido, que era um golpe a gente começou a correr atrás das coisas, que era praticamente tudo. Além dos R$22.400 que a gente teve de prejuízo com ele, a gente gastou mais de R$20 mil com fornecedores em cima da hora. O meu prejuízo foi de mais de R$40 mil”, relata a noiva.

Outras vítimas

Isabella e o noivo, Lucas Barros, conseguiram realizar o casamento após pegarem dinheiro emprestado com amigos e familiares de última hora, e pagarem parte dos fornecedores com crédito. Agora, eles correm atrás do prejuízo.

A lua de mel do casal, entretanto, foi passada dentro da delegacia. Ao realizarem a denúncia contra o cerimonialista, Isabella e Lucas descobriram outros casais que também tinham recebido o golpe.

“A minha cunhada se casa em setembro, também fechou com João e ele também não está respondendo ela. Ela gastou mais de R$15 mil e ele era o fornecedor de algumas coisas no casamento dela. Eu recebi vários relatos de outras noivas falando que já receberam o calote dele. Tem uma noiva que se casa agora dia 29 de abril e ele também não está respondendo”, conta Isabella.

A reportagem da Itatiaia entrou em contato com o cerimonialista João Pedro Faria, que informou que “será proposto negociação de débito”.

Nota da Polícia Civil

“A PCMG informa que foi instaurado inquérito acerca da denúncia de estelionato ocorrida no dia 18/4, na 2ª Delegacia De Polícia Civil/Barreiro, em Belo Horizonte. Mais informações serão fornecidas ao final das apurações. A PCMG esclarece que estelionato é crime de ação penal pública condicionada à representação da vítima, conforme determinação legal, para a instauração de inquérito policial. Portanto, a PCMG orienta que o cidadão lesado procure uma delegacia mais próxima da residência para propor e formalizar a devida representação Nesses casos, é importante que a vítima também reúna e apresente todos os possíveis elementos de prova, como documentos, troca de mensagens para colaborar com o trabalho investigativo”.