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Greve parcial: metrô de Belo Horizonte funciona nesta segunda-feira com intervalo de até 25 minutos

Companhia esclarece que demora é devido ao movimento grevista dos metroviários, contrários à privatização da empresa

Companhia esclarece que demora é devido ao movimento grevista dos metroviários, contrários à privatização da empresa

O movimento grevista dos metroviários contrários à privatização do metrô de Belo Horizonte provoca demora na circulação dos trens. Conforme nota divulgada nesta segunda-feira (3) pelo MetrôBH, concessionária que administra o transporte sobre trilhos em BH e região metropolitana, as 19 estações estão abertas e os trens circulam com intervalos de 12 a 15 minutos, nos horários de pico, e 20 a 25 minutos nos horários de vale.

Ainda, conforme a nota, os horários diferentes do habitual “são devido à adesão por parte dos colaboradores ao movimento grevista dos metroviários.”

Os trens em BH e região metropolitana atendem a um público estimado de 100 mil pessoas por dia e a concessionária afirma que segue empenhada em reduzir os impactos da paralisação.

Privatização

Após mais de 20 anos operando em apenas uma linha, o metrô de Belo Horizonte será ampliado. A assinatura da concessão foi formalizada nesta sexta-feira (24) entre o Governo de Minas e o Grupo Comporte que ficará responsável pela modernização e ampliação da Linha 1 e a conclusão da construção da Linha 2, assim como a gestão, operação e manutenção dos serviços pelo prazo de 30 anos. As obras devem começar em seis meses, conforme previsão do Governo de Minas.

A rede de transporte metroferroviário da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) possui apenas a Linha 1, que compreende 19 estações, ao longo de 28,1 quilômetros de extensão, interligando as cidades de Belo Horizonte e Contagem. A previsão é a de que as novas estações sejam concluídas a partir do quarto ano da concessão, ou seja em 2027, e que todas estejam em operação a partir do no sétimo ano do contrato, em 2030.

Com a privatização, a Linha 1 do metrô será reformada começando pelas estações e se estendendo para a compra de novos trens com ar-condicionado e atualizações tecnológicas, o que, segundo o Governo de Minas, irá resultar em “melhoria da qualidade do serviço, mais conforto, acessibilidade, segurança e regularidade nas viagens.” A Linha 1 vai ganhar, também, mais uma estação no bairro Novo Eldorado, em Contagem.

Já a Linha 2, que chegou a ter obras iniciadas em 1998 e paralisadas posteriormente, terá sete novas estações ligando o bairro Calafate à região de Barreiro por 10,5 quilômetros de extensão. A previsão é de que a nova linha beneficie aproximadamente 50 mil passageiros e gere, ao longo do contrato, mais de 28 mil empregos diretos e indiretos.

Assinatura

O governador de Minas Gerais, Romeu Zema, destacou no fim de março, que nos próximos oito anos Belo Horizonte e Região Metropolitana vão passar por melhorias e mudanças, com a privatização do metrô.

“Nos próximos oito anos, a Região Metropolitana passará por um processo de completa mudança no que diz respeito a mobilidade”, afirmou o governador. Zema destaca, ainda, que as obras devem começar em seis meses.

“A última etapa, que dependia do governo federal, foi concretizada, que era a assinatura do contrato. E, com isso, a previsão é de que em até seis meses as obras já sejam iniciadas melhorando toda a estrutura já existente e que, em até quatro anos, as primeiras estações sejam entregues. O limite para entregar todo o trecho da Linha 2 é de sete anos.”

O investimento previsto é de R$ 3,7 bilhões para melhorias e ampliações. Desse total, R$ 2,8 bilhões são aportes do governo federal e cerca de R$ 440 milhões são provenientes do Termo de Reparação assinado com a Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho.

Leilão

O metrô da RMBH foi concedido à iniciativa privada em 22 de dezembro de 2022, em leilão realizado na Bolsa de Valores (B3), em São Paulo. O consórcio Comporte Participações foi o vencedor da disputa, com uma proposta de R$ 25.755.11,00 , o que representa um ágio de 33% frente ao lance mínimo era de R$ 19.324.304,67.

Jornalista graduada pelo Centro Universitário Newton Paiva em 2005. Atua como repórter de cidades na Rádio Itatiaia desde 2022