Apesar do cansaço, do estômago revirado e de uma certa ‘irritabilidade’ pela privação de sono, os amigos Lucas Chelala, Diogo Neiss e Eduardo Álvares, de 22 anos, dizem que fariam “tudo de novo”. Os três estudantes cumpriram, com direito a troféu e placa de reconhecimento e patrocínio de grandes marcas como Red Bull, Skol Beats e Ambev,
A ideia surgiu quando souberam que um outro grupo já havia passado 24 horas no mesmo bar, que é um dos points mais tradicionais da capital mineira: o Rei do Pastel. “Os caras criaram uma página no Twitter e documentaram a jornada por meio de vídeos, fotos e tweets com comentários sobre os petiscos e pratos principais. A gente pirou nessa ideia e aí pensamos em bater o recorde, duplicando o desafio”, contou Lucas, que cursa o 5º período de Ciências do Estado na UFMG e faz estágio na área.
O trio, então, reuniu um grupo de amigos que topou participar da brincadeira e se revezar na “cobertura” do evento. A ideia foi previamente divulgada nas redes sociais e tomou uma proporção que eles não imaginavam. Pouco depois de criada, a página do evento no Instagram já tinha três mil seguidores, com direito a depósito no Pix para “ajuda de custos”. Muita gente que achou a ideia “curiosa”, “diferente” ou “inusitada” se engajou e fez companhia para o trio. Cerca de 50 pessoas se ofereceram para trabalhar, voluntariamente, nos bastidores e o evento teve até um show da banda mineira “Escadacima”. “Levamos mais de 1000 pessoas para o bar. Demos muitas entrevistas, algumas para veículos de rede nacional e entramos ao vivo em dois deles. Foi muito legal”, disse Lucas.
O mais difícil
Lidar com as pessoas que apareciam no local pela manhã, os chamados “bebums” que estavam visivelmente alterados e drogados e que acabavam sendo bem inconvenientes.
Passar dois dias à base de pastel e salgadinhos. “Chegou uma hora que o pastel não tinha mais gosto de pastel”, disse Lucas.
Privação de sono. “Ficamos 56 horas acordados. Chegou uma hora em que a gente não estava mais tendo clareza de raciocínio”.
O que aprenderam com o episódio?
Que jornalista trabalha muito (rsrs) “Sério, fiquei impressionado. Eles me ligavam às 4 horas da manhã”.
Que quando você faz algo genuíno, de acordo com sua “verdade”, por mais banal que ela seja, sempre dá certo.
Maior surpresa
O apoio do dono do Rei do Pastel que mandou confeccionar um troféu com o nome da gente e uma placa como nossa foto e os dizeres “Inimigos do Fim”.
“Os amigos que fizemos pelo caminho. Conhecemos pessoas muito legais que vão ficar na nossa vida pra sempre”, Lucas.
“Descobri que se você tiver bons amigos te apoiando, qualquer aventura fica fácil”, Diogo Neiss, estudante do 8º período de Ciência da Computação.
Quanto deu a conta?
“Muito baixa. Ainda não tivemos tempo de fazer as contas direito. Mas creio que vai dar uns R$ 20 pra cada um. Toda hora chegava alguém e pagava uma parte da conta ou comprava cerveja. Além disso, as doações em PIX devem quase zerar o custo da nossa brincadeira”.
Julgamento da Web
Ao mesmo tempo que recebemos muito apoio, também, fomos muito julgados, xingados e taxados de “vagabundos” entre outros adjetivos nada amáveis na Internet. Teve gente que escreveu “Desafio 48h pra capinar um lote ninguém quer, né?”. Só queria esclarecer que nós todos estudamos e trabalhamos. Só o Dudu está desempregado e ele até brincou que o seu próximo desafio será arrumar um emprego. Enfim, acho que algumas pessoas não entenderam a brincadeira.