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Mais uma marca faz recall de petiscos após laudo apontar etilenoglicol em produtos

Desta vez, três lotes de bifinhos da Balance foram recolhidos, conforme anunciou a própria empresa

Balance recolheu três lotes de bifinhos

A Balance, que produz alimentos para animais, anunciou que recolheu lotes de produtos após um laudo confirmar a contaminação por etilenoglicol em três bifinhos da marca. Cachorros de vários locais do país morreram por intoxicação pela substância após consumir petiscos de marcas variadas.

Na última terça-feira (11), conforme nota publicada, a Balance recebeu “resultados conclusivos que apontaram a presença de etilenoglicol e de propilenoglicol” em três lotes. De acordo com a empresa, a fabricante havia “assegurado” que não utilizava as substâncias na fabricação dos produtos.

Foram recolhidos três produtos: Balance Bifinhos Filhote Frango (Lote 22V074 - fabricado em 15/03/2022); Balance Bifinhos Carne e Vegetais (Lote 22V085 - fabricado em 26/03/2022) e Balance Bifinhos Frango Assado (Lote 22V085 - fabricado em 26/03/2022).

“Por isso, viemos pedir a você, que adquiriu um desses produtos para o seu pet, que suspenda imediatamente o consumo dele e acione os nossos canais de atendimento para que seja realizado um processo de recolhimento (recall) de todos os produtos Balance”, orientou a marca.

A empresa ainda destacou que outros produtos da marca Balance Bifinhos que não sejam desses lotes recolhidos podem continuar sendo consumidos pelos pets. “Importante ressaltar que qualquer outro produto Balance Bifinhos que não seja de um desses três lotes pode continuar sendo consumido pelo seu pet normalmente, pois foram testados e atendem rigorosamente aos nossos padrões de qualidade e controle, estando, portanto, dentro da conformidade de segurança”, disse.

Em caso de dúvidas, os consumidores podem entrar em contato com a empresa pelo www.balance.com.br/contato ou no número 0800 728 2822.

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Entenda

A investigação teve início após tutores desconfiarem da morte de dois cães e levarem corpos para serem periciados pela Escola Veterinária da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Conforme laudo de necropsia, os animais morreram por “ lesões renais graves” em decorrência de consumo de etilenoglicol. Na ocasião, os donos suspeitaram que a substância estava em petiscos.

No dia 2 de setembro, a Polícia Civil divulgou dados que confirmam a presença de monoetilenoglicol - mesmo que etilenoglicol - em um petisco recebido pela instituição de um dos tutores que registrou denúncia.

Conforme a perita criminal Renata Fontes, três produtos diferentes da Bassar passaram por processamento. Todos eles foram entregues pelos tutores. “Recebemos desde o início da semana materiais que foram encaminhados pela delegacia do consumidor para análise”, destacou em coletiva.

“Nós identificamos a presença do monoetilenoglicol em um dos produtos que foram encaminhados à perícia. Praticamente todos que foram encaminhados foram processados”, detalhou a perita.

Ainda no mesmo dia, o Mapa determinou o recolhimento de todos os lotes de produtos da empresa Bassar Indústria e Comércio Ltda - a Bassar Pet Food - responsável pela fabricação de petiscos. No dia 7, a empresa informou que estar fazendo um recall de todos os seus produtos.

No entanto, posteriormente, o Mapa divulgou que lotes de propilenoglicol da Tecno Clean Industrial Ltda estariam adulterados com monoetilenoglicol. O propilenoglicol é usado na alimentação humana e animal. Após identificar o composto, outras marcas também precisaram fazer o recall de produtos.

A reportagem procurou a A&D Química Comércio Eireli, empresa que a Tecno Clean adquiriu o composto, mas não conseguiu contato telefônico. O espaço segue à disposição para que a empresa possa se manifestar.

Depois, o Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Animal, do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), determinou o recolhimento de Bifinhos, snacks, petiscos e produtos mastigáveis da marca Petitos Indústria e Comércio de Alimentos.

A decisão ocorre, segundo o Mapa, considerando os desdobramentos das investigações da Polícia Civil e da própria pasta, que identificou monoetilenoglicol em dois lotes da matéria-prima propilenoglicol: AD5035C22 e AD4055C21.

A Polícia Civil recolheu celulares para apurar divergência entre depoimentos. “Segundo o representante da A&D, que afirmou em oitiva, essa funcionária da TecnoClean teria pedido para que ele alterasse o laudo para constar grau USP, ou seja, que aquele produto poderia ser comercializado para consumo humano ou animal. Já a funcionária, após ser ouvida na delegacia especializada, afirmou que só compra da A&D produtos grau USP, e que não teria feito essa solicitação. Então, os telefones foram apreendidos, e agora a gente aguarda a degravação para confirmar de onde vem a veracidade dos fatos”, detalhou a delegada Danubia Quadros à época.

Patrícia Marques é jornalista e especialista em publicidade e marketing. Já atuou com cobertura de reality shows no ‘NaTelinha’ e na agência de notícias da Associação Mineira de Rádio e Televisão (Amirt). Atualmente, cobre a editoria de entretenimento na Itatiaia.