A primeira injeção anticoncepcional masculina, que também tem como intuito bloquear a transmissão de HIV, deve ser disponibilizada ao mundo em 2023. A previsão foi feita por uma equipe de pesquisadores do Instituto Indiano de Tecnologia, responsáveis pelo desenvolvimento da substância.
O urologista da Rede Mater Dei, especialista em fertilidade masculina, Marcelo Horta, explicou ao
“Não é uma vacina, como tem sido reportado. É uma injeção que é feita nos ductos deferentes.”
À Itatiaia alguns homens relataram que vão esperar para ver se, realmente, a injeção funciona para, então, decidirem se irão se submeter ao procedimento. A falta de interesse dos homens, de forma geral, sobre métodos masculinos que previnem a gravidez pode estar entre os fatores relacionados à demorada da indústria na produção medicamentos.
“Os homens não assumem a responsabilidade, a parte que lhes cabe no planejamento familiar e deixam para as mulheres, porque são elas que carregam o fardo no final das contas. Isso faz com que a própria indústria farmacêutica não tenha um interesse em desenvolver um contraceptivo masculino”, detalhou o urologista.
Batizada de “Risug” (sigla em inglês para Inibição Reversível do Esperma Sob Controle), a injeção está na fase final de testes, com efeitos que duram até 10 anos sem qualquer manipulação hormonal. Os cientistas do Instituto prometem que o produto deve ficar pronto em 12 meses.
O anticoncepcional usa um gel feito de polímero que reveste o ducto espermático, dois canais que transportam os espermatozoides. A substância tem como função “quebrar” a cauda dos espermatozoides, tornando-os incapazes de fertilizar os óvulos.
O método pode ser revertido com mais facilidade do que a vasectomia, já que é necessária apenas a aplicação de uma mistura de bicarbonato de sódio com água para anular o efeito do gel.