O leilão do Rodoanel Metropolitano de Belo Horizonte que estava marcado para a próxima semana (28 de julho) foi adiado para o dia 12 de agosto.
O secretário de Estado de Infraestrutura, Fernando Marcato, afirmou que a pasta considerou necessário fazer uma “breve postergação” para realizar audiências com as prefeituras de Betim e Contagem, além de encontros com comunidades tradicionais e quilombolas.
“Nós temos marcado uma audiência de conciliação com as prefeituras de Betim e Contagem na segunda-feira (25). Também temos dialogado, por intermédio do Ministério Público Federal, com as comunidades tradicionais e quilombolas. Então, para que possamos ter mais tempo, a exemplo do que viemos fazendo nesse processo há dois anos, achamos importante dar um pouquinho mais de tempo para discutir com as prefeituras e comunidades. Fizemos então essa breve postergação”, disse Marcato.
O leilão tinha sido marcado inicialmente para abril, mas foi adiado para julho, após pedidos de mais prazo feitos por empresas interessadas em participar da concorrência. “O primeiro adiamento teve uma relação com o mercado, as empresas estavam pedindo mais prazo em função da pandemia e da guerra na Ucrânia. Esse agora está relacionado a dois eventos importantes que demonstram nossa intenção de dialogar: uma audiência de conciliação com as prefeituras de Betim e Contagem e outras conversas com comunidades quilombolas”, afirmou o secretário.
Apesar do novo adiamento, Marcato espera que a obra avance a partir da definição de qual empresa vai assumir o trecho. Ele lembrou os altos índices de acidente no trecho que atravessa a capital mineira.
“Esse projeto tem que sair rápido, tivemos uma matéria mostrando que temos um acidente por dia no Anel Rodoviário este ano. A média são 2 mil acidentes por ano. Recentemente tivemos o tombamento de uma carreta em cima de uma casa, sem contar com os acidentes na descida do Betânia. A sociedade precisa deste projeto”, disse o secretário.
Solução para Anel Rodoviário
A secretaria de Infraestrutura aposta no Rodoanel, estrada que terá quatro alças ligando as BRs 381, 262 e 040, como forma de retirar o trânsito pesado de caminhões e carretas do Anel Rodoviário.
A obra será feita por meio de uma parceria-pública-privada (PPP). A empresa vencedora será responsável pela elaboração dos projetos, construção da nova rodovia e operação pelos próximos 30 anos.
Para viabilizar o Rodoanel, o estado prevê investimentos de R$ 3 bilhões, recurso do acordo de reparação firmado com a mineradora Vale em decorrência do rompimento da barragem de Brumadinho. A empresa que assumir o trecho vai investir mais R$ 2 bilhões.
O leilão chegou a ser suspenso por uma decisão judicial, após questionamentos feitos pela prefeitura de Contagem, mas nesta terça-feira (12) uma decisão do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) derrubou a suspensão e o leilão foi mantido para 28 de julho. Com a decisão desta terça-feira, o leilão foi remarcado para 12 de agosto.
A prefeitura de Contagem alega que a obra trará problemas ambientais na Área de Proteção Ambiental (APA) de Várzea das Flores. A secretaria de Infraestrutura diz que todas as licenças ambientais serão discutidas na fase de elaboração dos projetos.
