Nesta segunda-feira (18), a 11ª Promotoria de Justiça de Contagem irá instaurar procedimento investigatório criminal para apurar os fatos relacionados à morte o Marcos Vinícius Vieira Couto, de 29 anos, assassinado por um policial na Vila Barraginha, em Contagem, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. A informação foi divulgada pelo Twitter do órgão nesta segunda-feira.
O homem, de 29 anos, era tido pela PM como chefe do tráfico de drogas na região. A corporação afirmou que, durante a discussão, ele tentou pegar as armas dos policiais, que em defesa, efetuaram três disparos. Mesmo sendo encaminhado ao hospital, ele não resistiu aos ferimentos.
A Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) também entrou no caso. A entidade recebeu informações de que foi a terceira execução em menos de duas semanas no local.
A denúncia feita à entidade aponta ainda que as execuções, incluindo a desse sábado (16), aconteceram “porque o suposto traficante e outros não ‘pagaram’ os valores de suposta corrupção cobradas e devidas aos policiais”.
A versão da família
“O policial levou ele para atrás de uma kombi e fez três disparos na cabeça dele. Ele não reagiu em momento nenhum.” Foi o que disse um dos familiares de Marcos. Na versão de familiares e moradores, Marcos estava desarmado e não reagiu.
“Os policiais tentaram levar ele para um beco, mas ele não quis e estava se puxando para trás. (...) A rua estava cheia de moradores. Todo mundo viu. Tenho as filmagens. Eles estão falando que meu irmão pulou no fuzil, mas é mentira”, disse uma irmã.
A versão da polícia
A major Layla Brunella, porta-voz da Polícia Militar de Minas, reafirmou que Marcos reagiu e levou a mão na direção da arma do militar. O PM que atirou foi levado para o 39º Batalhão e está à disposição da Justiça Militar.
A major explicou que já no acionamento da PM moradores destacaram a periculosidade do suspeito e alertaram que ele teria efetuado disparos com arma de fogo.
A porta-voz diz ainda que Marcos resistiu à abordagem e, como várias pessoas se aglomeraram no local, os militares tentaram levar o suspeito para uma ‘área de segurança, mais tranquila’.
“Ele se nega, começa a se tornar um abordado desobediente. Sendo assim, um dos nossos policiais militares pega ele pela camisa para conduzi-lo para essa área de segurança. Durante essa condução, ele reage e tira a mão da cabeça, leva a mão próximo ao rosto do policial militar e próximo ao armamento, na tentativa de arrebatar esse armamento”, disse
Segundo o policial militar, devido à reação do autor, “que já estava apresentando toda essa alteração anterior e com a possibilidade de estar armado, ele efetua disparos de arma de fogo para salvaguardar a própria vida e evitar que ele arrebate a arma de fogo”.
No entanto, vídeos que circulam nas redes sociais mostram o policial levando o homem para atrás de uma kombi e atirando.