O atendimento pediátrico foi novamente ampliado nas unidades públicas de saúde em Belo Horizonte. Entretanto, a luta ainda é grande para conseguir encontrar o medicamento correto. De acordo com a Sociedade Mineira de Pediatria, há alguns meses, a falta de remédios importantes é uma realidade, principalmente quando se trata de antibióticos.
Considerando essa situação, profissionais precisam se desdobrar para sugerir medicações substitutas, que nem sempre são ideais aos pacientes. É o que relata Nara Faria, vice-presidente do Departamento de Pediatria Ambulatorial da Sociedade Mineira de Pediatria.
“Nesses anos todos de pediatria, isso nunca tinha me acontecido. Você passa um medicamento, a mãe volta, ou tenho visto vários colegas colocando vários nomes na receita, como se fosse uma rifa. Às vezes, a gente substitui por outro mais forte, que não é o ideal, ou por um genérico que não sabemos a procedência, tentando acertar”, explica.
De acordo com a profissional, a falta de medicamentos vem afetando especialmente as crianças, com um problema recorrente há meses. Ela destaca o caso dos antibióticos, tendo em vista o aumento de problemas respiratórios no outono e inverno.
“Isso acontece devido a muita procura e poucos insumos, por vários motivos. Tivemos uma demanda de antibióticos em períodos incomuns, como janeiro e fevereiro, e a indústria farmacêutica não conseguiu se programar. Os microrganismos também estão mais fortes, ou por mutações, ou porque nossas crianças ficaram muito tempo reclusas”, completa.