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Entrevista: Parcerias Público-Privadas no enfrentamento de problemas urbanos

Especialista na área acredita que a união em parceria de órgãos públicos e empresas privadas só tem a beneficiar a vida do cidadão

As Parcerias Público-Privadas (PPPs) têm se mostrado uma ferramenta estratégica para o enfrentamento dos problemas das cidades brasileiras em diversos setores como saneamento básico, energia, saúde, educação, entre outros. Implantada a partir de 2004 no país, as PPPs têm ganhado a confiança de muitos gestores públicos pela capacidade que o modelo tem de atrair investimentos. Com mais de duas décadas de experiência no setor público e privado, Thiago Grego é uma das principais referências em PPPs no país. Nesta entrevista ao CIDADE CONECTA, Grego aborda a importância das PPPs no enfrentamento de problemas urbanos e os seus desafios.

Conte-nos um pouco sobre sua trajetória profissional e atuação na gestão de Parcerias Público-Privadas no País:

Iniciei minha carreira no setor em 2003 como especialista de Políticas Públicas do Governo do Estado de Minas Gerais. À época, estava alocado no escritório de Gestão de Recursos Estratégicos do Estado (Geraes) e tive a oportunidade de participar dos principais projetos do setor no Estado. A criação da Lei mineira de Parceria Público-Privada (PPP), a Primeira PPP de estradas (MG 050) e a primeira PPP de Presídios do Brasil. Após essa experiência, atuei como Secretário de Planejamento da Prefeitura de Belo Horizonte entre os anos de 2011 e 2016. Nesse período tive a oportunidade de participar ativamente das PPP’s de escolas municipais (UMEIS), da primeira PPP de iluminação Pública do Brasil, a PPP das Unidades Básicas de Saúde e do Hospital Metropolitano Célio de Castro. Nos últimos 20 anos, participei de várias iniciativas de sucesso e de projetos que não tiveram sucesso. Aprendendo muito com os acertos e com os erros deste setor que tem evoluído muito nos últimos anos.

De que forma as PPPs podem contribuir para a melhoria da infraestrutura urbana nas cidades brasileiras?

Com mais de duas décadas de experiência no setor de infraestrutura, posso afirmar com convicção que as Parcerias Público-Privadas (PPPs) são uma ferramenta muito importante para o desenvolvimento urbano nas cidades brasileiras. A principal contribuição das PPPs é, sem dúvida, a capacidade de trazer investimento privado para projetos que muitas vezes seriam inviáveis com apenas fundos públicos. Isso não só acelera a execução de projetos críticos, como estradas e sistemas de transporte, mas também melhora significativamente a qualidade dos serviços oferecidos à população.

Com base em sua experiência no setor público, quais são os principais desafios enfrentados pelos gestores públicos na implementação de políticas públicas?

Na minha experiência trabalhando ao lado do setor público em projetos de infraestrutura, pude observar uma série de desafios que os gestores públicos enfrentam na implementação de políticas públicas. Um dos principais é certamente a questão da burocracia. Além disso, a limitação de recursos é outro desafio significativo. Os gestores públicos frequentemente têm que fazer mais com menos, tentando maximizar os resultados com orçamentos que são muitas vezes insuficientes para as necessidades crescentes das cidades. Isso pode levar a decisões difíceis sobre quais projetos priorizar, o que pode afetar a eficácia das políticas implementadas. Também há desafios relacionados à capacidade técnica e gerencial. Em muitos casos, os gestores públicos podem não ter acesso às melhores práticas ou às mais recentes inovações tecnológicas que poderiam tornar a implementação de políticas mais eficiente.

Qual o papel do IPGC e como ele tem contribuído para a construção de cidades mais inteligentes?

O Instituto atua como um catalisador de inovação, promovendo pesquisas e concebendo novas tecnologias que podem ser aplicadas diretamente ao desenvolvimento urbano. Por meio de suas iniciativas, ele ajuda a integrar soluções tecnológicas avançadas em sistemas de transporte, gestão de recursos hídricos e eficiência energética, que são essenciais para o aumento da resiliência das nossas cidades. Além disso, o Instituto desempenha um papel crucial na formação e capacitação de gestores públicos e profissionais do setor. O Instituto também atua como um facilitador de parcerias entre o setor público e o privado.

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Quais são as principais metodologias utilizadas pelo IPGC para identificar as necessidades das cidades e desenvolver soluções inovadoras?

Como um primeiro passo para identificar os gargalos presentes nas cidades, o IPGC estabelece um diálogo próximo com as lideranças de municípios ou estados, visando compreender profundamente as principais demandas e desafios locais. O processo de trabalho tem como base um diagnóstico, que envolve a coleta de dados quantitativos e qualitativos, incluindo análises demográficas, socioeconômicas e de infraestrutura.

Como o IPGC tem se consolidado como uma referência em gestão de soluções para as cidades? Quais os projetos de maior destaque e como eles ajudaram as cidades?

Há mais de 12 anos, o IPGC desenvolve soluções que impactam milhões de pessoas e transformam cidades em todo o país. Ao longo desse período, o Instituto modelou, estruturou e executou projetos em áreas como infraestrutura, saúde e educação, sendo reconhecido por diversas instituições pela excelência na modelagem e estruturação de PPPs (Parcerias Público-Privadas) em infraestrutura urbana. Os projetos de Cidade Inteligente receberam, por três anos consecutivos, o reconhecimento da ONU no Fórum Internacional de Parcerias Público-Privadas da UNECE.


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