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Instituto Inhotim promove o seminário internacional sobre biodiversidade e clima

Nos dias 28 e 29 de setembro, em Brumadinho, acontecem debates com especialistas do Brasil e outros países



Instituto Inhotim recebe o Seminário Internacional Transmutar: modos de estar no mundo, gestos que conservam a vida” nos dias 28 e 29 de setembro

Nos dias 28 e 29 de setembro, sábado e domingo, o Instituto Inhotim promove o “Seminário Internacional Transmutar: modos de estar no mundo, gestos que conservam a vida”. Reunindo pesquisadores e profissionais de diversas partes do Brasil e do mundo, o seminário busca formar uma rede de produção de conhecimentos em torno de temas relevantes para a vida na Terra hoje.

A programação envolve conferências, debates e situações artísticas, com vozes de diferentes áreas do conhecimento, e tem curadoria de várias áreas do Inhotim, como Educação, Curadoria Artística e Curadoria Botânica.

Em junho, a instituição promoveu a conferência “O que é transmutar?”, com a bióloga colombiana Brigitte Baptiste, que descreve a transmutação como uma mudança profunda em múltiplos níveis, incluindo a identidade das coisas. A discussão agora se amplia, em uma programação extensa e multidisciplinar, que busca superar modelos hegemônicos que perpetuam degradação ambiental, injustiça social e apagamentos históricos.

Pessoas de notório saber oriundas de diversas áreas do conhecimento questionam as ideias de progresso e desenvolvimento, inspiram-se em perspectivas ancestrais de povos indígenas, imaginam novas e possíveis formas de relação com o mundo enquanto partilham respostas inovadoras e transformadoras para questões complexas da atualidade.

“Com o Transmutar, queremos aprofundar as relações entre natureza, cultura e conhecimento como uma maneira de refletir sobre o mundo em que vivemos hoje, marcado pela crise climática e por uma projeção sombria de futuro. Ao mesmo tempo, trazemos pensadores, ativistas e artistas que apontam para novas epistemologias e para gestos e modos de estar no mundo que conservam a vida. Mais do que um seminário convencional, procuramos propor um encontro que ofereça a experiência do Inhotim, aliando conteúdo formativo, situações artísticas e uma vivência dos espaços ao ar livre do museu”, explica Marilia Loureiro, curadora do Inhotim.

Os norte-americanos Stefano Harney e Fred Moten abrem a programação no dia 28 de setembro. Amigos e parceiros de escrita por 40 anos, compartilham sua pesquisa, que critica as formas dominantes de produção de conhecimento e de trabalho, propondo alternativas que valorizam a colaboração e o pensamento fugitivo. A mediação é por conta de Jorge Vasconcellos, doutor em Filosofia, pela UFRJ, editor científico da Poiésis e professor associado na UFF.

No dia 29 de setembro, a conferência com a antropóloga norte-americana Elizabeth Povinelli e Gladys Tzul Tzul, intelectual Maya k’iche’ da Guatemala, discute o que podemos aprender com as narrativas indígenas sobre legitimação de direitos, mobilização social e resistência cultural. A editora, pesquisadora e tradutora Fernanda Regaldo media a conversa.

Nas situações artísticas, Labô Young (PA) e Joseane Jorge (MG) interagem com elementos dos jardins do museu. Young trabalha a relação entre corpo, natureza e casa, enquanto Jorge convida os visitantes a perceberem, com os diversos sentidos, a paisagem local.

Gabriela de Matos, de Minas Gerais, e Paulo Tavares, do Distrito Federal, apresentam o projeto curatorial Terra, ganhador do Leão de Ouro na 16ª Bienal de Veneza em Melhor Participação Nacional na La Biennale di Venezia, em 2023.

O projeto explora como as práticas arquitetônicas e urbanísticas podem contribuir para a justiça ambiental e para a preservação cultural. A mediação é de Luciana Oliveira, professora, pesquisadora e parte do grupo gestor da Formação Transversal em Saberes Tradicionais na UFMG.

A que epistemologias podemos recorrer quando estamos diante de cenários de catástrofe? Com mediação da carioca Beatriz Lemos, curadora coordenadora do Inhotim, esta pergunta guia o diálogo entre Japira Pataxó, pajé da aldeia Novos Guerreiros (BA), e Jota Mombaça, de Natal (RN). Japira é reconhecida por perpetuar as histórias, tradições, rituais, rezas e tecnologias do povo Pataxó, enquanto Jota frequentemente se relaciona com a crítica anticolonial e a desobediência de gênero.

Mais informações: https://www.inhotim.org.br/

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