Imagens cedidas à Itatiaia mostram como ficou o Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, na Região Central de Minas, após um motim de adolescentes na manhã desta quinta-feira (25).
Segundo nota oficial da Sejusp, cerca de 20 jovens iniciaram a ação desferindo chutes contra as portas dos alojamentos. A Polícia Militar foi acionada para auxiliar na retirada dos internos e permitir a realização de uma revista nas celas.
A secretaria informou que a situação foi normalizada por volta das 14h e que os adolescentes poderão sofrer sanções disciplinares após a apuração dos fatos.
Adolescentes fazem tumulto em Centro Socioeducativo de Sete Lagoas, na manhã de Natal
— Itatiaia (@itatiaia) December 25, 2025
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Sindicato alerta
O caso foi criticado pelo Sindicato dos Agentes de Segurança Socioeducativo (Sindsisemg). De acordo com José Alencar, vice-presidente da entidade, a unidade operava em condições críticas na véspera e no dia de Natal.
“O caos se deu por gestão incompetente. Ontem (24), havia apenas cinco agentes escalados para atender 35 adolescentes. Desses cinco, uma é servidora feminina e outro possui idade avançada”, disse Alencar. Segundo ele, a direção ignorou alertas da equipe de segurança e concedeu férias e folgas simultâneas para a maioria do plantão, deixando a unidade vulnerável.
O sindicato também alertou para a crescente presença de adolescentes ligados a facções criminosas dentro do sistema. Somado a isso, os agentes reclamam de uma política de afastamentos que consideram injusta. Uma das imagens mostram a pichação da sigla TCP, a facção Terceiro Comando Puro.
Pichação feita por adolescentes
Outras do Comando Vermelho e Primeiro Comando da Capital também são encontradas.
“Qualquer denúncia feita por adolescente, sem comprovação, tem sido tratada como verdade absoluta pela Justiça e pela Subsecretaria de Atendimento Socioeducativo (Suase), resultando no afastamento imediato do agente sem que ele seja ouvido. Isso esvazia a autoridade funcional e fragiliza a segurança”, afirmou Alencar.
Além do déficit de pessoal, o Sindsisemg apontou problemas estruturais graves na unidade de Sete Lagoas e critica a falta de transparência do estado. Segundo o sindicato, houve três tentativas de realizar audiências públicas na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) para discutir a situação do centro socioeducativo, mas todas foram barradas sem justificativas claras.
A direção da unidade informou que encaminhará o Registro de Eventos de Defesa Social (Reds) e um relatório detalhado à autoridade policial e ao Judiciário para as providências cabíveis.