Uma série de homenagens marca o centenário de Mauro Borja Lopes, o Borjalo, em Pitangui, na Região Central de Minas Gerais. As festividades tiveram início nesta quinta-feira (13) e continuam nesta sexta-feira (14). O artista nasceu no município em 15 de novembro de 1925 e faleceu em 18 de novembro de 2004.
A programação, organizada pela Prefeitura de Pitangui em parceria com a Cartuminas (Cartunistas Mineiros Associados), inclui exposições e palestras. No Museu Histórico da Cidade, a exposição “Borjalo: Ontem, Hoje e Sempre” reúne 30 cartuns e apresenta, em tamanho original, o painel especial do desenho O Reencontro.
Também está prevista a reinauguração do painel “Pitangui, Ontem e Hoje”, revitalizado pelo pintor Heleno Nunes. Os estudantes do município participam de palestras e oficinas com os cartunistas Duke, Quinho e Lute.
Quem era Borjalo?
Borjalo foi reconhecido pelos cartuns “carregados de linguagem poética e profundidade reflexiva”. Seus trabalhos nos campos da Ecologia e Meio Ambiente, temas pouco abordados na década de 1950, estavam entre seus destaques.
“Eu sou um agricultor, eu nasci para cuidar da terra, eu nasci para cuidar de plantas. Eu nasci pra plantar alface, pra plantar jiló, pra brincar com a vida. De emendar uma escada na outra, pra chegar a 60 metros de uma árvore chamada mirindiba rosa, que eu tenho lá, só pra ver que ninho é aquele”, disse o artista em entrevista ao Museu da TV.Seus trabalhos ganharam destaque internacional, com publicações em veículos como The New York Times e Paris Match.
O artista foi reconhecido como um dos sete maiores cartunistas do mundo durante o Congresso Internacional de Humorismo, em 1955, na Itália. Para o romeno naturalizado norte-americano Saul Steinberg, Borjalo era um dos cinco maiores do mundo.
Destaque na TV
O artista também ficou conhecido pelo pioneirismo na televisão. Ele foi um dos grandes responsáveis pelo “padrão Globo de qualidade”, em parceria com José Bonifácio de Oliveira Sobrinho, o Boni. Borjalo criou os primeiros bonecos falantes, como a famosa Zebrinha, e, nos anos 1990, desenvolveu os “cartuns-eletrônicos” das vinhetas de intervalo da emissora.
Na TV, ele também foi um dos idealizadores do Jornal Nacional, ao lado de Walter Clark, Boni e Armando Nogueira, participando ativamente do desenvolvimento artístico, tecnológico e administrativo da Globo nos chamados “tempos heroicos” da televisão brasileira.