Uma operação conjunta de forças de segurança interditou 20 estabelecimentos que vendiam peças de veículos de forma irregular em Belo Horizonte. Ao todo, 38 locais foram fiscalizados ao longo desta quinta-feira (4). A ação faz parte de uma estratégia para combater o comércio de peças sem origem comprovada e, assim, reduzir crimes como furtos e roubos de veículos.
Segundo Daniel Barcelos, chefe do Departamento Estadual de Investigação de Crimes de Trânsito (Deictra), esse tipo de crime só se mantém porque existe uma cadeia que compra, desmonta e revende carros e peças de origem ilegal. “Para reduzir os indicadores criminais, é preciso atacar todas as pontas”, afirmou.
As equipes atuaram em duas áreas consideradas estratégicas na capital: pela manhã, na região da Avenida Pedro II; à tarde, no Barreiro. Do total fiscalizado, 20 empresas foram fechadas por irregularidades, e outras oito receberam intimações para regularização tributária.
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Nos estabelecimentos interditados, as fiscalizações identificaram falta de credenciamento na CET-MG (irregularidade presente em todos), ausência de licença ambiental em metade deles, falta de alvará e AVCB, estruturas inadequadas para desmontagem de veículos, peças sem comprovação de origem, venda conjunta de itens novos e usados sem identificação e comercialização de componentes proibidos, como módulos de ABS, airbags e peças de suspensão usadas.
Como o volume de peças era grande e não havia condições para transporte imediato, o material foi lacrado e permanecerá nos próprios estabelecimentos até a conclusão da perícia. A partir disso, novas investigações serão abertas para rastrear a origem das peças e identificar possíveis crimes.
O delegado reforçou a importância da responsabilidade do consumidor ao comprar peças automotivas. “Existe um mercado paralelo que sustenta essa atividade criminosa, e quem alimenta esse mercado é o cidadão que compra essas peças. É importante entender que esse ciclo se retroalimenta”, destacou Barcelos.