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Oruam se torna réu por tentativa de homicídio contra delegado e policial civil

No dia 21 de julho, Oruam e um grupo de oito amigos atacaram o delegado Moysés Santana e o policial Alexandre Ferraz

Oruam dá vários tapas no carro descaracterizado da PC

O rapper Mauro Davi dos Santos Nepomuceno, o Oruam, virou réu, nesta terça-feira (29), por tentativa de homicídio qualificada contra um delegado e um policial civil durante uma operação em sua mansão no Joá, na Zona Oeste. A juíza Tula Correa de Mello, da 3ª Vara Criminal, aceitou a denúncia do Ministério Público e também tornou réu por tentativa de homicídio qualificada o amigo de Oruam, Willyam Matheus Vianna Rodrigues Vieira.

Segundo a denúncia do MP, que foi encaminhada ao Tribunal de Justiça do Rio (TJRJ), na noite do dia 21 de julho, Oruam e um grupo de oito amigos atacaram com pedras o delegado Moysés Santana e o policial Alexandre Ferraz, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes que na ocasião tentavam cumprir um mandado de prisão contra um adolescente que estava escondido casa do artista. Um dos policiais ficou ferido.

Segundo a polícia, o menor seria um dos seguranças de um dos chefes do Comando Vermelho e um dos maiores ladrões de carros do estado.

Além de arremessarem pedras contra os policiais, um n ovo vídeo que veio à tona recentemente, mostra Oruam socando o vidro do carro policial em meio a confusão.

Para o MPRJ, Oruam e Willyam assumiram o risco de matar os agentes ao jogarem pedras que pesavam quase 5kg contra os policiais.

O MPRJ pediu a prisão preventiva dos dois, alegando risco à ordem pública e à condução das investigações.

“Da mesma forma que uma arma de fogo pode instrumentalizar um delito de lesão - dependendo da região do corpo, distância e eventual socorro fornecido à vítima -, o instrumento eleito pelos denunciados, aliado à pontaria (cabeça das vítimas), dimensão, volume e quantidade das pedras, bem como método de arremesso de cima para baixo, ganha especial relevância em termos de análise do elemento subjetivo, no caso o dolo eventual, na medida em que as circunstâncias e comportamento subsequente dos agentes não revela arrependimento, indiciando que assumiram o risco da letalidade da ação”, destacou a destacou a juíza Tula Corrêa de Mello.

Desafiou

No dia seguinte a operação que cumpriu o mandado contra o adolescente, Oruam se entregou a polícia. Ele já tinha saído do Joá e estava no Complexo da Penha, Zona Norte do Rio. Antes de se entregar, Oruam chegou a postar um vídeo desafiando os policiais a irem até a comunidade, controlada pela facção Comandado Vermelho.

“Eu quero ver vocês virem aqui me pegar de dentro do Complexo. Não vai me pegar porque aqui vocês peidam. Lá no Joá você vai me envergonhar mesmo a troco de nada. (…) Nós é artista, pô! E eu sou filho do Marcinho seus fdp!”

Além de aceitar a denúncia contra os acusados, a juíza Tula de Mello manteve a prisão preventiva de Oruam e do amigo. Além de tentativa de homicídio, o rapper, que é filho do traficante Marcinho VP, responde por sete crimes: tráfico de drogas, associação ao tráfico, desacato, resistência qualificada, dano qualificado, ameaça e lesão corporal.

A defesa do artista disse que Oruam só ateou pedras contra os policiais porque ele se sentiu ameaçado pelos agentes armados, que teriam entrado na casa dele de forma agressiva.

Ainda segundo a defesa, os policiais estavam descaracterizados e reviraram a residência do rapper, apontando armas para ele e para a esposa do rapper, Fernanda Valença.

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Diana Rogers tem 34 anos e é repórter correspondente no Rio de Janeiro. Trabalha como repórter em rádio desde os 21 anos e passou por cinco emissoras no Rio: Globo, CBN, Tupi, Manchete e Mec. Cobriu grandes eventos como sete Carnavais na Sapucaí, bastidores da Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.