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Intoxicação por metanol: MG descarta casos, mas orienta notificações imediatas

Minas Gerais registrou cinco casos de intoxicação por metanol nos últimos cinco anos; Nenhum teve relação com a ingestão de bebidas adulteradas

SES-MG esclareceu ainda que a fiscalização da produção de bebidas, com exceção das produzidas à base de soja, não é de competência da Vigilância Sanitária

A Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) informou que, até o momento, não há registro de casos suspeitos de intoxicação por metanol no estado. A nota foi divulgada nesta quarta-feira (1º) após o aumento de ocorrências envolvendo as substâncias em outros estados.

Segundo a pasta, todas as regionais de saúde foram alertadas para reforçar junto às equipes assistenciais a necessidade de notificação imediata em qualquer situação suspeita.

Casos anteriores em Minas

Nos últimos cinco anos (2020 a 2025), Minas Gerais registrou cinco casos de intoxicação por metanol. No entanto, nenhum deles teve relação com a ingestão de bebidas adulteradas, segundo a SES.

Quem fiscaliza?

A SES-MG esclareceu ainda que a fiscalização da produção de bebidas, com exceção das produzidas à base de soja, não é de competência da Vigilância Sanitária. Os responsáveis são órgãos ligados à agricultura, como o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

Nos estabelecimentos comerciais, porém, a Vigilância Sanitária tem responsabilidade, atuando em conjunto com os órgãos da agricultura. Nesse caso, a atuação acontece quando há suspeita ou confirmação de produtores que possam ter liberado lotes irregulares.

Qualquer medida de recolhimento, interdição cautelar ou ação similar, segundo a secretaria, só pode ocorrer mediante determinação legal expedida pelos órgãos competentes.

BH sem registros

Em nota, a prefeitura de Belo Horizonte (PBH) afirma que o Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde (CIEVS) não recebeu nenhuma notificação sobre casos ou óbitos decorrentes de intoxicação por metanol na capital.

Casos em São Paulo

O governo de São Paulo atualizou nesta quarta-feira (1º) o balanço dos casos de intoxicação por bebidas adulteradas com metanol. Até agora, são 37 notificações no total:

  • 10 casos confirmados de intoxicação por metanol. Entre eles, uma morte teve a causa confirmada como intoxicação.
  • 27 casos ainda em investigação, incluindo cinco mortes que seguem sob análise.

Ou seja: até o momento, só uma morte foi oficialmente atribuída ao metanol. Outras cinco podem ter sido causadas pela substância, mas ainda não há confirmação.

Ações de fiscalização

  • Seis estabelecimentos interditados (Quatro em bairros da capital: Bela Vista, Itaim Bibi, Jardins e Mooca e dois na Grande SP: São Bernardo do Campo e Barueri).
  • Uma distribuidora com inscrição estadual suspensa; outras três estão sob análise.
  • Um bar nos Jardins também teve a inscrição suspensa após interdição.

Apreensões e lotes lacrados

  • Mogi das Cruzes: 80 garrafas suspeitas apreendidas, diversas com indícios de adulteração e falsificação em uma adega.
  • Americana: Duas pessoas presas e mais de 17,7 mil garrafas apreendidas.
  • Barueri: 128 mil garrafas de vodca lacradas, aguardando apresentação de documentação.
  • 802 garrafas apreendidas (660 em distribuidoras e 142 em bares da capital).

Investigações

  • 5 inquéritos instaurados.
  • 22 prisões já foram realizadas em 2025 relacionadas ao crime.

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Estudante de jornalismo pela PUC Minas. Trabalhou como repórter do caderno de Gerais do jornal Estado de Minas. Na Itatiaia, cobre Cidades, Brasil e Mundo.
Formada em jornalismo pelo Centro Universitário de Belo Horizonte (UniBH), já trabalhou na Record TV e na Rede Minas. Atualmente é repórter multimídia e apresenta o ‘Tá Sabendo’ no Instagram da Itatiaia.