A Polícia Civil indiciou Roberta Cristina Veloso Fernandes, de 36 anos, irmã gêmea de Ana Paula Veloso Fernandes, considerada “serial killer”. Ana Paula é
Roberta Cristina foi interrogada em Guarulhos, na Grande São Paulo, onde também foi responsabilizada criminalmente pelos quatro homicídios. Ela é suspeita de ajudar a irmã a cometer os assassinatos. Segunda a polícia, Ana Paula, que é estudante de direito, contou também com a ajuda de Michelle Paiva da Silva, de 43 anos, filha de uma das vítimas, nos homicídios, que também está presa.
Chamada de “serial killer” pela PC, Ana Paula Veloso admitiu durante um depoimento ter matado Marcelo Hari Fonseca, proprietário do imóvel em que vivia em Guarulhos. Ela teria enfiado a faca em Marcelo após uma discussão, mas somente acionou a polícia cinco dias depois, quando seu filho começou a reclamar do cheiro forte e ela percebeu larvas caminhando pela casa.
Os peritos não encontraram sinais de violência externa no corpo de Marcelo, que teria sido o primeiro de quatro assassinatos cometidos por envenenamento atribuídos à universitária.
Ainda segundo “O Globo”, Ana Paula contou que ela e a irmã teriam feito o pagamento de R$ 2 mil para residirem nos fundos da casa, junto com dois adolescentes, filhos delas, e alguns cães. Pouco depois, ocorreu uma discussão com o proprietário, que teria ameaçado o filho de Ana Paula e tentado invadir a área reservada à família.
As quatro
- Marcelo Hari Fonseca: morto em janeiro de 2025, em Guarulhos.
- Maria Aparecida Rodrigues: morte ocorrida entre 10 e 11 de abril em Guarulhos.
- Neil Corrêa da Silva: morte ocorrida em 26 de abril em Duque de Caxias, RJ.
- Hayder Mhazres: morte provocada em 23 de maio, em São Paulo.
A Polícia Civil investiga se Ana Paula usou agrotóxico em algum alimento para envenenar as vítimas. A universitária é ré na Justiça pelos assassinatos.
Em nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo informou que “as equipes seguem com as oitivas das suspeitas e de testemunhas ao longo desta semana”.
O que diz a defesa das irmãs?
Em nota enviada à Itatiaia, o advogado Almir da Silva Sobral afirmou:
“Atuamos como defesa técnica da Sra. Ana Paula Veloso Fernandes, e, em razão da intensa cobertura midiática e das menções a seu nome em relação aos fatos noticiados envolvendo a suposta ingestão de substância tóxica (“chumbinho”) por quatro vítimas, vimos a público, por meio desta nota oficial, prestar os seguintes esclarecimentos, pautados no rigor técnico e nos princípios basilares do Direito Penal e Processual Penal brasileiros.
É crucial sublinhar que o procedimento em curso se encontra na fase de Inquérito Policial — um instrumento administrativo de natureza meramente informativa, destinado a apurar a existência de indícios de autoria e materialidade. Neste momento, diligências, perícias e depoimentos estão sendo colhidos de forma unilateral pela Autoridade Policial. O Inquérito, por sua própria natureza, não permite ainda um juízo conclusivo sobre a verdade dos fatos, tampouco a formação de culpa de qualquer pessoa.
A Sra. Ana Paula, como todo cidadão no Estado Democrático de Direito, está amparada pelo sagrado princípio constitucional da Presunção de Não Culpabilidade (art. 5º, LVII, da Constituição Federal), que estabelece que ninguém será considerado culpado antes do trânsito em julgado de sentença penal condenatória. Qualquer afirmação prematura sobre sua participação, autoria ou responsabilidade é uma violação direta deste princípio fundamental.
Reconhecemos a gravidade dos fatos investigados e a comoção social que geram. No entanto, o dever desta defesa é acompanhar a investigação com a seriedade e a discrição exigidas, zelando estritamente pelos direitos de Ana Paula. Nesta fase, em que as provas ainda estão sendo formadas e examinadas, não é possível, e (seria temerário), afirmar ou negar categoricamente qualquer tese defensiva. Nossa atuação se concentra em garantir o devido processo legal, a legalidade da colheita de provas e o acesso pleno aos autos, o que está ocorrendo pela defesa.”