A participação dos filmes nacionais no mercado exibidor voltou a crescer em 2025. Dados preliminares divulgados pela Agência Nacional de Cinema (Ancine) mostram que, até agosto, 11,2% do público dos cinemas no Brasil optou por produções nacionais, o equivalente a pouco mais de um em cada dez espectadores.
O avanço é expressivo em relação ao mesmo período de 2023, quando a parcela era de apenas 1,4%. O número de sessões também acompanhou a alta, passando de 4%, em 2023, para 14,1% neste ano.
Segundo a Ancine, os resultados refletem a eficácia da chamada cota de tela, que obriga exibidores a incluir longas-metragens nacionais em sua programação. A definição da regra para 2026 está em debate.
Recuperação após a pandemia
Os dados integram o Panorama de Mercado e indicam ainda a recuperação do setor após os prejuízos da pandemia de covid-19 (2020-2022). Até 31 de agosto, 3.534 salas estavam em funcionamento no país, número já superior ao de 2019 (3.507), último ano antes da crise sanitária.
Apesar disso, alguns indicadores ainda não retomaram o patamar pré-pandemia. O público acumulado até agosto de 2025 (81,9 milhões de pessoas) está próximo do total de 2024 (88,1 milhões), mas segue 36,6% abaixo do registrado em 2019 (129,1 milhões). O mesmo ocorre com a quantidade de lançamentos, 349 em 2025 contra 456 em 2024, e o volume de sessões, que passou de 2,94 milhões nos oito primeiros meses de 2019 para 2,91 milhões neste ano.
O que é a ‘cota de tela’?
A cota de tela é uma regra definida pela Agência Nacional do Cinema (Ancine) que obriga exibidores a reservar uma parte da programação dos cinemas para filmes nacionais. O objetivo é ampliar a presença da produção brasileira nas salas, incentivar a indústria local e aumentar o acesso do público a obras nacionais. A cota estabelece um número mínimo de dias ou sessões em que longas brasileiros devem ser exibidos. Para 2026, os parâmetros da regra estão em debate na Ancine.