Ouvindo...

Cracolândia: prefeito comemora ‘sumiço'; movimentos sociais falam em violência policial

‘Não dá para dizer que a gente resolveu o problema, mas avançou e precisa comemorar’, afirmou Ricardo Nunes (MDB)

Local onde usuários de drogas se concentravam está vazio; moradores e comerciantes dizem que eles se espalharam pelo Centro de SP

O prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes, mudou o discurso nesta quarta-feira (12) e disse que é preciso “comemorar o avanço da prefeitura” em relação ao desaparecimento repentino da Cracolândia, no Centro da cidade.

A fala aconteceu um dia depois dele dizer que foi surpreendido pelo sumiço das cenas de uso de drogas na região. Agora, Nunes afirmou que o desaparecimento da concentração de usuários “é uma vitória da cidade e da sociedade”.

O prefeito da capital paulista ressaltou ainda que o fluxo foi reduzido de forma gradativa ao longo dos anos graças à atuação da assistência social, da saúde e das forças de segurança. Porém, reiterou que o problema “não está resolvido, não vamos ter essa ilusão”.

Já moradores e comerciantes do Centro de São Paulo dizem que os usuários de drogas da Cracolândia se espalharam por vários pontos do Centro e também afirmam que o problema não foi resolvido. Para eles, não há mais o “ponto físico Cracolândia”, mas que ela ainda existe.

A ONG Craco Resiste afirma que houve truculência contra os usuários de drogas. Segundo a entidade, “os relatos colhidos indicam que houve uma orientação para que a Guarda Civil Metropolitana aumentasse a violência das abordagens”.

Ainda de acordo com a ONG, “as pessoas ouvidas afirmam categoricamente que os guardas passaram a bater mais no rosto e na cabeça das pessoas, para além das outras agressões já cotidianas na região, com uso de spray de pimenta e apropriação de pertences pessoais, como roupas e dinheiro”.

Leia também

Yuri Cavalieri é jornalista e tem mais de 12 anos de experiência em rádio e televisão. Formado pela Universidade São Judas Tadeu, em São Paulo, onde nasceu, começou a carreira na Rádio Bandeirantes, empresa na qual ficou por mais de 8 anos como editor, repórter e apresentador. Ainda no rádio, trabalhou durante 2 anos na CBN, como apurador e repórter. Na TV, passou pela Band duas vezes. Primeiro, como coordenador de Rede para os principais telejornais da emissora, como Jornal da Band, Brasil Urgente e Bora Brasil, e repórter para o Primeiro Jornal. Em sua segunda passagem trabalhou no núcleo de séries e reportagens especiais do Jornal da Band. Agora é correspondente da Itatiaia em São Paulo.