Após a repercussão de um vídeo publicado por
As estudantes foram denunciadas após o vídeo chegar até a família de Vitória Chaves da Silva, de 26 anos, que morreu em fevereiro de 2025, dias após a gravação do vídeo. Ambas negaram qualquer deboche e intenção de exposição da paciente por meio de uma nota assinada por seus advogados.
Thaís Caldeira Soares Foffano é mineira, de Belo Horizonte, e tem 26 anos. Em suas redes sociais, a aluna se apresenta como “acadêmica” do 9° período do curso de Medicina da Faculdade de Saúde e Ecologia Humana (Faseh). A mensalidade da instituição é de R$ 12.442.
Já Gabrielli Farias de Souza tem 23 anos e estuda medicina na Universidade Anhembi Morumbi, onde a mensalidade é de R$ 12.979. Ela reside em Cotia, na Grande São Paulo.
Por meio de nota, a Secretaria de Segurança Pública de São Paulo disse que o caso é investigado como injúria por meio de um inquérito policial instaurado no 14º Distrito Policial de Pinheiros.
Em outro trecho da nota, as alunas citaram que não sabiam quem era a paciente. “O conteúdo teve como única intenção expressar surpresa diante de um caso clínico mencionado no ambiente de estágio. Não sabíamos quem era. Nosso compromisso com a vida, a dignidade humana e os princípios éticos da medicina permanece inabalável”, afirmam.
Em entrevista ao portal do jornalista Hugo Gloss, a mineira desabafou e disse que está sofrendo com a repercussão negativa: “Como fica a saúde mental de uma estudante que é vítima do ódio disseminado pela mídia?”
Caso condenadas, ambas podem responder por difamação e violência psicológica. Por meio de nota, as instituições lamentaram o ocorrido e se solidarizaram com as famílias.
“O relato mencionado não condiz com os princípios e valores que norteiam a atuação desta Instituição de Ensino”, diz a nota. As instituições afirmaram que apuram o caso.
Doença rara de Vitória e vídeo feito por estudantes
A família de Vitória Chaves da Silva registrou um boletim de ocorrência e acionou o Ministério Público após o vídeo publicado no TikTok zombando do fato da jovem ter feito três transplantes cardíacos e um de rim. “Ela pensa que tem 7 vidas?”, diz uma das estudantes.
Vitória foi diagnosticada com uma grave cardiopatia congênita chamada de Anomalia de Ebstein, sendo uma doença rara que afeta a válvula do coração. O vídeo foi publicado no dia 17 de fevereiro, 9 dias antes de Vitória morrer por choque séptico e insuficiência renal crônica. A família, porém, só teve conhecimento na semana passada e pede uma retratação.
Em uma publicação feita em suas redes sociais, Vitória contou sobre o primeiro transplante que aconteceu em 2005. O segundo 11 anos depois, em 2016 e o terceiro, e último transplante, aconteceu em 2024.