Representantes da sociedade civil enviaram ao Ministério Público da Bahia uma denúncia de suposta intolerância religiosa contra a cantora Claudia Leitte, de 44 anos. A representação foi acatada e o órgão instaurou um inquérito para investigar o caso.
A representação foi enviada pelo Instituto de Defesa dos Direitos das Religiões Afro-Brasileiras (Idafro) e pela Iyalorixá Jaciara Ribeiro, sacerdotisa do Ilê Axè Abassa de Ogum .
A denúncia acontece após a cantora
Em hebraico, Yeshua significa “salvar” e pode ser considerado o nome original de Jesus Cristo.
A Itatiaia conversou com o advogado Hédio Silva Jr, fundador do Idafro, que explicou o motivo pelo qual o grupo decidiu entrar com a representação.
“Qualquer autor tem o direito de mudar a obra dele. É um direito constitucional”, explica o doutor. No entanto, a representação feita aponta que a alteração “não é uma construção artística” e se configura como “prática de discriminação religiosa contra patrimônio cultural”.
‘Racismo religioso’
O advogado alega que a “visível improvisação” pode “mexer no sentimento religioso” dos compositores da obra, registrada em 2004 no Escritório Central de Arrecadação e Distribuição (ECAD) para quatro compositores.
A representação também argumenta que a alteração não se configura apenas como discriminação religiosa, mas sim como “racismo religioso”. Isso porque atinge legados da cultura afro-brasileira, tendo em vista que religiões de matriz africana são consideradas patrimônio cultural brasileira.
Ministério Público investiga
O Ministério Público da Bahia acatou a representação e agora investiga a possibilidade da cantora Cláudia Leitte ter cometido crime. Caso chegue a essa conclusão, o órgão pode pedir a responsabilização criminal da artista.
A cantora Cláudia Leitte ainda não se posicionou sobre o caso. O espaço segue aberto.