Quando Adalgisa Soares Alves estava com oito meses de gestação, ela sentiu muita dor “no pé da barriga”, ao ponto de não conseguir levantar.
A grávida foi submetida a um ultrassom. Após os resultados, os técnicos a orientaram a ir urgentemente à médica, porque sua filha estava com um problema gravíssimo.
Sua filha Graziely Alves Régis nasceu em 1993 com um quadro raro de
A Itatiaia conversou com Adalgisa, que contou à reportagem sobre como foi o diagnóstico da filha, como a condição evoluiu e como é a rotina de cuidados. Ela relata que tinha medo de que sua filha morresse no hospital.
“Eu tinha medo deles matarem minha filha. Porque ela era diferente. Eu tinha medo disso acontecer. Até hoje eu sou assim. Quando a Grazielly fica internada, eu não deixo ninguém ficar. Quem fica sou eu. Se ela fica um mês internada, eu fico um mês no hospital com ela”, afirma.
A condição foi evoluindo com o passar do tempo. “Ela foi crescendo, e a cabeça foi crescendo também”. Quando criança, Grazy tinha muitas convulsões, que cessaram após uma visita religiosa. Adalgisa atribui a melhora na saúde da filha a um “milagre”.
“Hoje não tem convulsão, não toma remédio controlado e não tem dores de cabeça. Ela tá magrinha, graças a Deus. E ficou melhor para mim, porque eu tenho três hernia de disco, tenho bico de papagaio e tenho lesão nos meus dois joelhos”, conta a mãe.
Rotina de cuidados
Após 31 anos de cuidados, a mãe diz que já se acostumou com a rotina e afirma que é o seu “normal”.
O dia-a-dia de Adalgisa é tomar banho e comer um mamão pelas manhãs. Ela toma água a cada 30 minutos. De almoço, uma sopa. À tarde, mamão novamente, e o dia se encerra com outra sopa.
Grazy não anda, não fala, não enxerga, usa fraldas e se alimenta de comida pastosos com o uso de uma mamadeira.
Adalgisa conta que nunca conseguiu realizar trabalho remunerado, mas que pensa em monetizar o conteúdo que produz nas
Família sobrevive de ajuda
A principal fonte de renda de Adalgisa e Grazielly são doações. “Quem tem um filho especial sabe que não é nada barato. Tudo é caro”.
No entanto, a mãe relata que não se sente confortável com a situação. “Eu peço, mas eu também não gosto, porque tem muita gente que fala muita coisa que magoa. Acha que a gente tá pedindo para luxo. Eu só peço mesmo porque a gente precisa, se não, não pedia”, desabafa.
Internautas abriram uma vaquinha para ajudar nos cuidados de Grazy. O objetivo é financiar o pagamento de um plano de saúde da filha e ser uma forma de apoio para a mãe.