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Esposa de Nego Di fala pela primeira vez após prisão do humorista: ‘destruída’

Conhecido por participar do BBB 21, Nego Di, é investigado por estelionato e lavagem de dinheiro; a esposa do comediante, a influenciadora Gabriela Sousa também chegou a ser presa na operação, mas saiu após pagar mais de R$ 14 mil em fiança

Gabriela Sousa e Nego Di

A influenciadora Gabriela Sousa, esposa do humorista Nego Di, se pronunciou nas redes sociais após a prisão do marido. Dilson Alves da Silva Neto foi detido na manhã de domingo (14), em Florianópolis (SC), por suspeita de estelionato e lavagem de dinheiro. Nego Di foi transferido para um presídio em Canoas, na região metropolitana de Porto Alegre (RS), nesta segunda-feira (15).

“Tô completamente derrotada. Acabada. Destruída. Estamos sem conta nenhuma, sem carro, sem nossos celulares, ele sem Instagram. Tava tudo bem. Minha felicidade era estarmos juntos, mas agora eu tô sem ele. Meu único pensamento é no meu marido. Nada diferente disso”, escreveu.

Na publicação, Gabriela também agradece os amigos e seguidores que apoiam o casal. “Eu não tenho cabeça nenhuma para aparecer aqui, não tenho vontade. Nem estou pegando o celular pra ver rede social, não vi televisão. Eu só quero agradecer mesmo todo mundo, todos os nossos amigos, toda a galera que eu consegui falar, que tá me ajudando. E vocês aqui, [obrigada por] todas as mensagens, todo o carinho, por absolutamente tudo”, disse em vídeo.

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Em uma outra publicação, a influenciadora compartilhou uma foto de Nego Di ajudando as vítimas das enchentes que atingiram o Rio Grande do Sul em maio. A legenda da foto dizia: “Nem todo herói usa capa”. Ao compartilhar a imagem, Gabriela acrescentou: “Te amo até depois do fim”.

Gabriela também chegou a ser presa, na última sexta-feira (12), após policiais encontrarem com ela uma arma de fogo de uso restrito às Forças Armadas e sem registro. A arma estava na casa onde o casal vive, em Florianópolis (SC), que foi alvo de mandado de busca e apreensão. Gabriela foi solta no mesmo dia depois de pagar mais de R$ 14 mil em fiança. Ela ainda cumpre medidas cautelares.

Ex-BBB, Nego Di é investigado por fraudes em rifas online

Dilson Alves da Silva Neto, mais conhecido como Nego Di, participou do Big Brother Brasil (BBB) em 2021. Ele entrou como integrante do grupo Camarote, pois já trabalhava como influenciador digital e comediante, e foi o terceiro eliminado do programa, com 98,76%.

O trabalho nas redes sociais iniciou após o reality, quando o ex-BBB promoveu rifas, divulgando no regulamento que “quem comprar mais números” ganha o prêmio. Porém, os prêmios nunca eram entregues.

Após um pedido do Ministério Público do Rio Grande do Sul, a Justiça expediu um mandado de prisão contra o humorista. Na manhã de sexta (12), a polícia também cumpriu mandados de busca e apreensão na casa dele em Florianópolis.

Na ação, denominada “Operação Rifa$", os agentes apreenderam uma arma, 12 munições, um acessório e uma mira a laser no closet de Gabriela, além de dois veículos de luxo do casal. Os agentes também recolheram documentos, mídias sociais e celulares dos influenciadores com o objetivo de descobrir a dimensão dos valores obtidos por eles com as rifas.

Essa não é a primeira vez que Nego Di tem problemas com a justiça. Ele já sofreu sansões por divulgar fake news em seus perfis nas redes sociais e, em uma decisão de maio deste ano, a Justiça determinou que ele apagasse as publicações sobre as enchentes no Rio Grande do Sul.

Entenda como funcionava o esquema

Segundo as investigações, Nego Di vendia produtos incluindo TVs, ar-condicionado e aparelhos celulares por um preço abaixo do mercado e não os entregava. Nas redes, ele dizia ter sido contratado por Boneti para apenas divulgar os produtos, mas em um outro vídeo dizia ser o dono e garantia a entrega do produto aos clientes.

Nego Di vendia produtos nas redes sociais, mas não entregava para os clientes.

Uma das vítimas do golpe, que teve um prejuízo de R$ 30 mil, ao comprar dois celulares e alguns ar-condicionado, contou à CNN sobre o modus operandi de Nego Di. Segundo ela, o suspeito vendeu, em 2022, aparelhos celulares com valores bem abaixo do mercado e fez a entrega, para dar veracidade ao golpe.

Logo depois, ele anunciou que criaria uma loja virtual, vendendo produtos em preço baixo para todos pudessem ter acesso. O prazo de entrega dos produtos era de 50 dias, o que para a polícia foi um plano idealizado por Nego Di, para poder enganar outras pessoas, fazendo mais promoções para atrair outros clientes nesse tempo.

A partir da procura das vítimas à polícia, houve quebra de sigilo bancário, demonstrando que, em um curto período de tempo Nego Di recebeu mais de R$ 300 mil reais, o que confirmaria o crime de estelionato.

Investigação

A loja virtual, “Tadizuera”, operou entre 18 de março e 26 de julho de 2022 — momento em que a Justiça determinou que ela fosse retirada do ar. Parte dos seguidores do influenciador comprou os produtos, mas nunca recebeu, segundo a Polícia Civil.

A investigação aponta que não havia estoque, e que Nego Di enganou os clientes prometendo que as entregas seriam feitas, apesar de saber que não seriam. Ainda assim, movimentou dinheiro que entrava nas contas bancárias da empresa.

A Polícia Civil afirma que tentou por diversas vezes intimar Nego Di para prestar esclarecimentos, mas ele nunca foi encontrado. Antes da prisão, Nego Di se manifestou na sua conta de X, o antigo Twitter. “Estávamos preparados para o que aconteceu ontem [sexta]. Nós sabíamos que iria acontecer mais cedo ou mais tarde, e todo mundo sabe o porquê do que aconteceu ontem”, escreveu ele.


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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.