A Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA) lançou estudo indicando uma tendência de redução na disponibilidade de água no Brasil até 2040, com queda de até 40% nas regiões do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste.
A pesquisa apresenta os efeitos da mudança climática na água disponível para uso no país nas próximas duas décadas. O resultado visa orientar o planejamento e a gestão dos recursos hídricos do Brasil.
Segundo a publicação da ANA, a disponibilidade hídrica pode cair mais de 40% em regiões hidrográficas do Norte, Nordeste, Centro-Oeste e parte do Sudeste até 2040. Isso significa que cada uma dessas regiões pode registrar essa taxa de queda, ao invés da soma do total delas.
O Sul, por outro lado, tem uma tendência de aumento da disponibilidade de água. No entanto, essa tendência vem acompanhada de maior imprevisibilidade climática e pode ter ocorrência frequentes de cheias.
A ANA lançou o estudo durante a Jornada da Água 2024 e revelou o tema do Dia Mundial da Água no Brasil: “A Água nos Une, o Clima nos Move”.
Veja os desafios enfrentados por cada região:
Sudeste:
- Predomina a tendência de redução nas vazões, principalmente na faixa litorânea.
- Necessidade de investir em adaptação à mudança climática, eficiência no uso de recursos hídricos e expansão da infraestrutura, especialmente em grandes centros urbanos.
Centro-Oeste:
- Maior divergência entre tendências climáticas dentre as cinco regiões, gerando incertezas futuras.
- Necessidade de avaliar medidas diante de possíveis cenários de escassez hídrica.
- Alerta por ser uma região estratégica com importantes nascentes de rios e extensas áreas agrícolas.
Nordeste:
- Tendência de redução nas vazões e volumes de chuvas, indicando diminuição da disponibilidade de água.
- Perspectiva de intensificação da seca no Semiárido e na faixa litorânea.
- Necessidade de medidas para conviver com períodos de seca mais severos, aumentando a oferta de água e racionalizando os usos.
Norte:
- Tendência de redução nas vazões e volumes de chuvas, com previsão de secas mais frequentes e intensas.
- Requer medidas de gestão hídrica, aprimoramento da infraestrutura para comunidades isoladas e preparação para proteção dos ecossistemas.
Sul:
- Tendência de aumento na disponibilidade hídrica.
- Aumento da imprevisibilidade climática com eventos de cheias e secas.
- Necessidade de medidas de preparação para oscilações extremas, gestão da demanda hídrica e consideração da infraestrutura de proteção contra cheias.
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