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Selic: entidades elogiam redução da taxa de juros, mas discordam sobre 2024

CDL/BH acredita que o Brasil terá boas oportunidades no próximo ano, enquanto ACMinas levanta questões sobre o cenário econômico e fiscal; Fiemg acredita que há espaço para reduções mais significativas

Selic foi reduzida pela quarta vez consecutiva

A taxa básica de juros, a Selic, foi reduzida pela quarta vez seguida nesta quarta-feira (13). A decisão tomada pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central confirma as projeções do mercado e foi elogiada por entidades do comércio e da indústria de Minas Gerais. Mas, por outro lado, essas associações divergem sobre o cenário que o Brasil deve enfrentar em 2024.

Para a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), a redução foi positiva e apropriada para as circunstâncias atuais da economia brasileira, “caracterizada por um cenário econômico mais estável, pela resiliência do mercado de trabalho e do consumo e pela desaceleração da inflação”.

Ao mesmo tempo em que elogia a decisão, a Fiemg afirma que há espaço para uma redução mais significativa para que a atividade econômica do país ganhe impulso: “a edução em 0,5 ainda é tímida para alavancar a atividade econômica, uma vez que os juros seguem em patamar elevado, o que dificulta o acesso das empresas a crédito e investimentos.”

Divergência sobre 2024

Paulo Casaca, economista da Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas), afirma que é preciso ficar atento com o próximo ano. O especialista explica que as guerras em Israel e Ucrânia podem deixar a economia internacional ainda mais instável. Além disso, a política monetária restritiva do Banco Central dos EUA e as incertezas com a situação fiscal brasileira chamam a atenção.

“O Governo Federal já não se compromete em buscar o déficit primário zero em 2024. Isso eleva ainda mais os riscos de investimento e interfere na queda dos juros. Estes cenários externo e interno acabam por ofuscar os bons resultados recentemente divulgados [...]. Em suma, o aumento da instabilidade política, no Brasil e no Mundo, deve continuar a pautar a trajetória da atividade econômica. Esperamos que o cenário melhore rapidamente.”

Já a Câmara de Dirigentes Lojistas de Belo Horizonte (CDL/BH) vê 2024 com bons olhos. nota assinada pelo presidente Marcelo de Souza e Silva cita os bons resultados da indústria e do consumo das famílias nos últimos meses e traz uma boa perspectiva para o próximo ano.

“O Brasil possui grandes oportunidades para 2024, afinal, as empresas mundiais querem diversificar seus fornecedores e reduzir a dependência de países específicos, especialmente aqueles diretamente ligados às tensões geopolíticas. Isso nos traz chances de um reposicionamento nas cadeias globais de suprimentos, aumento dos postos de trabalho, expansão do crédito, das vendas do varejo e aumento da renda, já que o corte nos juros impacta o poder de compra das famílias.”

Selic é reduzida pela quarta vez

Por unanimidade, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central reduziu, nesta quarta-feira (13), a taxa básica de juros, a Selic, em 0.5 ponto percentual, caindo de 12,25% ao ano para 11,75% ao ano. Trata-se da quarta redução seguida. Assim, a Selic volta a um patamar registrado em maio de 2022, quando também estava em 11,75%.

Esse movimento de redução pode se manter em 2024. O Copom sinalizou que poderá cortar a Selic novamente em 0.5 ponto percentual nas próximas reuniões. O Copom volta a debater a taxa básica de juros em janeiro.

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Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.