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Assembleia Legislativa (ALESP) de SP lança cartilha para prevenção de assédios

O documento foi criado depois de casos de racismo e assédio que aconteceram na ALESP

A cartilha é voltada para os funcionários e parlamentares da Casa.

A Assembleia Legislativa do Estado de SP (ALESP) lançou, nesta quinta-feira (21), uma cartilha comportamental, de 70 páginas, e traz regras que definam como os parlamentares devem se comportar na Casa. O documento contou com a colaboração das 25 deputadas da Alesp.

Um dos tópicos que mais chamaram a atenção recomenda que beijos e abraços sejam evitados:

Um abraço e um beijo no rosto não são vistos como um problema para uma parte das pessoas. Já para outras, podem soar como extremamente invasivos e ofensivos. Na dúvida, não abrace e não beije”, diz o documento

O documento reúne definições de assédio, violência de gênero e discriminação e propõe a criação de mecanismos para a prevenção dessas formas de violência no ambiente de trabalho. A cartilha também explica o que são comportamentos gordofóbicos, etaristas, capacitistas, o que é cyberbullying e outros tipos de assédio, como o moral.

O material é resultado de um trabalho conjunto entre diferentes setores representativos da Casa, como o Instituto do Legislativo Paulista (ILP) e o SOS Racismo, e está disponível no site da Alesp.

Racismo na ALESP

A cartilha comportamental para os funcionários e parlamentares da ALESP foi criada após casos de racismo e assédios que aconteceram dentro da Casa. O caso mais recente foi em março desse ano que envolveu a deputada Thainara Faria, do (PT).

De acordo com a deputada, após participar da entrega do “Prêmio Theodosina Rosário Ribeiro”, proposto pela deputada Leci Brandão (PCdoB), uma servidora tentou impedir que ela assinasse a lista de presença de deputados. Na ocasião ela fez um pronunciamento do plenário da Alesp, o vídeo foi postado em suas redes sociais.

Abuso sexual

Outro caso que ganhou muita repercussão envolveu a ex-deputada Isa Penna. Em dezembro de 2020, ela teve os seios apalpados no plenário pelo então colega Fernando Cury.

Fernando Cury foi denunciado pelo Ministério Público de São Paulo, em abril de 2021. Ele chegou a ter o mandato de deputado suspenso por 180 dias pelo Conselho de Ética da Assembleia Legislativa. O caso também resultou na expulsão de Cury do Cidadania, seu partido na época. Ele tentou a reeleição pelo União Brasil, mas não conseguiu os votos necessários.