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123milhas: Justiça recebe quase 2 processos por minuto contra a agência em todo o Brasil

Comarcas em todo o país registraram 16.625 ações, de acordo com os dados apresentados pelos advogados da empresa; valor total das causas passa de R$ 230 milhões

Agência de viagens entrou com pedido de recuperação judicial

A Justiça brasileira recebe, a cada minuto, quase dois processos contra a agência de viagens 123milhas, que cancelou a emissão de passagens “promo” e entrou com um pedido de recuperação judicial na última terça-feira (29). O total de indenizações pedido na Justiça passa dos R$ 230 milhões

O cálculo feito pela Itatiaia leva em conta os 16.625 processos registrados por todas as Comarcas do Brasil desde às 21h do dia 18 de agosto (anúncio do cancelamento da promoção) até às 14h do dia 25 de agosto, quando um dos sócios da 123milhas assinou a relação de ações judiciais contra a empresa. São 161 horas entre as duas datas (103 processos por fora) ou 9.660 minutos (1,72 processos por minuto).

No total, o valor das causas ajuizadas soma R$ 231,8 milhões. A causa de menor valor foi registrada na Comarca de Itabira (MG) e tem um valor de R$ 6,00. Já a maior ação tem um valor de R$ 1,2 milhão e foi ajuizada no distrito de Santo Amaro, região de classe média-alta em São Paulo.

A Itatiaia entrou em contato com a 123milhas e aguarda retorno.

Crise na 123milhas

A agência de viagens 123milhas surpreendeu milhares de clientes na última sexta-feira (18) após anunciar o cancelamento de pacotes de viagens promocionais, que atraíam muitas pessoas pelo preço baixo. A decisão revoltou clientes e fez a empresa pular rapidamente para o 1º lugar no ranking de empresas mais “denunciadas” do portal ReclameAQUI.

Na última terça-feira (29), a 123milhas um pedido de recuperação judicial na 1ª Vara Empresarial da Comarca de Belo Horizonte, em Minas Gerais. No pedido, a empresa afirma que enfrenta a “pior crise financeira de sua história” e alega que “fatores internos e externos impuseram um aumento considerável de seus passivos nos últimos anos”. Confira os detalhes do pedido.

Advogados ouvidos pela Itatiaia afirmam que a empresa não pode oferecer apenas vouchers como forma de reembolso para os clientes e explicam que os consumidores têm o direito ao ressarcimento em dinheiro. Veja quais são os seus direitos.

Jornalista formado pela UFMG, com passagens pela Rádio UFMG Educativa, R7/Record e Portal Inset/Banco Inter. Colecionador de discos de vinil, apaixonado por livros e muito curioso.