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Acusada de imitar macaco em shopping de São Paulo falta a depoimento e é indiciada

Thaís Pinheiro Andrade Nakamura aparece nas câmeras de segurança de um restaurante imitando um macaco e apontando para um grupo de mulheres que estava sentado

A mulher é Thaís Pinheiro Nakamura, ela foi indiciada por racismo.

A Polícia Civil de São Paulo indiciou, nesta segunda-feira (17), Thaís Pinheiro Andrade Nakamura, de 40 anos, sob a suspeita de injúria racial. Thaís aparece nas câmeras de segurança de um restaurante, dentro do shopping Open Mall The Square, na Granja Viana, bairro de classe alta em Cotia, na Grande São Paulo, imitando um macaco e apontando para um grupo de mulheres que estava sentado a poucos metros de Thaís no mesmo local. Toda a ação aconteceu no dia 8 de julho.

No mesmo dia, o grupo de mulheres compareceu ao 2º Distrito Policial de Cotia e denunciou o crime. As vitimas já foram ouvidas, e um depoimento foi agendado para segunda-feira (17), às 14h, mas Thaís não compareceu.

Em nota, o advogado Waldinei Guerino Junior, que defende Thaís, disse que ela não foi por problemas psicológicos e emocionais e que foram provocados por uma crise pós-traumática:

“Thaís estava sem condições emocionais de comparecer”, disse a nota do advogado.

Já a delegada do caso, Monica Resende Gamboa, optou pelo indiciamento indireto — quando a pessoa investigada não é localizada — de Thais por preconceito de raça ou cor, nos termos do artigo 2º da Lei 7.716/89.

Hoje a tarde a Secretaria de Segurança de SP enviou a seguinte nota:

“O 2º Distrito Policial de Cotia apura os fatos. Até o momento, a autora não compareceu à unidade policial. Diante do fato, a autoridade policial optou por realizar o indiciamento sem a presença da investigada, conforme estabelecido no artigo 2º da Lei 7.716/89", diz a nota, ou seja, Thaís foi indiciada mesmo sem ter comparecido à delegacia para prestar esclarecimentos.

O advogado de Thaís também alegou que sua cliente tem problemas de depressão e alcoolismo.

A delegada do caso aguarda o envio de um laudo psiquiátrico para juntar à investigação e segundo Dra. Monica Resende Galboa, o inquérito deverá ser concluído em cerca de um mês. “A gente vai ouvir esses médicos para saber a veracidade desse documento, e depois o inquérito será relatado e encaminhado ao Ministério Público”, disse a delegada.

Se a indiciada for condenada pela Justiça ao final do processo, “a pena será de 2 a 5 anos por crime de injúria racial”, afirma Gamboa.