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PF diz que PCC tinha acesso a sistema de câmeras do governo de São Paulo

Investigação da Polícia Federal teve acesso a conversa de Whatsapp de integrante do PCC

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre o plano de lideranças do PCC para sequestrar e matar o senador Sergio Moro (União-PR) revela que a quadrilha tinha acesso ao programa de inteligência e monitoramento por câmeras do governo de São Paulo. As informações foram divulgadas pelo UOL nesta sexta-feira (24).

A PF apontou que o PCC tinha acesso ao Detecta - um sistema de monitoramento - implantado pelo governo de São Paulo que conta com mais de 3 mil câmeras instaladas. Foi por meio desse sistema que membros descobriram o trajeto percorrido por veículos de interesse da organização criminosa.

Em uma troca de mensagens obtida pela PF, um suspeito pede a um “parceiro” informações sobre uma viatura não caracterizada da Polícia Civil de São Paulo. “Parceiro, precisava saber aonde (sic) esse carro andou [de] sábado até hoje. Consegue dar uma força pra mim pra vê no detecta lá".

Em resposta a esse pedido, o suspeito recebeu uma imagem com todas as informações sobre a viatura.

Atentado contra Moro

O senador e ex-ministro da Justiça, Sergio Moro (União Brasil), seria um dos alvos de uma facção criminosa que planejava, desde o ano passado, um atentado contra a vida de autoridades públicas.

A investigação começou há cerca de 45 dias, quando o próprio Moro foi avisado pelo Ministério Público de São Paulo (MP-SP) sobre a possibilidade de um ataque. O senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) também foi avisado pela Promotoria de Justiça e o ex-juiz federal e sua família ganharam reforço na segurança.

Veja mais: Polícia Federal faz operação contra grupo que planejava matar Moro e outras autoridades

A investigação resultou na operação Sequaz, deflagrada nesta quarta-feira (22), quando 120 policiais federal foram às ruas para cumpriu 24 mandados de busca e apreensão, sete mandados de prisão preventiva e quatro mandados de prisão temporária em Mato Grosso do Sul, Rondônia, São Paulo e Paraná.

O motivo da retaliação de membros da facção criminosa contra Moro, segundo os investigadores da Polícia Federal, foi uma portaria assinada pelo então ministro da Justiça e Segurança Pública, no dia 13 de fevereiro de 2019, que tornou mais rígidas as regras para visitas sociais aos presos em penitenciárias federais.

Moro assumiu o ministério do governo Jair Bolsonaro (PL) em janeiro de 2019 e prometeu endurecer as regras contra organizações criminosas.

De acordo com a norma editada por Moro naquele ano, as visitas em prisões federais passariam a acontecer somente em pátio de visitação, em parlatório (com a separação por vidro) e por videoconferência.

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