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João de Deus é condenado a 109 anos de prisão por crimes sexuais

O médium João de Deus foi condenado a 109 anos e 11 meses de prisão pela Justiça goiana

Penas de João de Deus já passam de 200 anos

O Tribunal de Justiça de Goiás condenou o médium João de Deus a 109 anos e 11 meses de prisão, além de pagamento de indenizações às vítimas que chegam ao valor de R$ 100 mil. A defesa do acusado diz que vai recorrer da sentença.

João de Deus, porém, vai continuar cumprindo a pena em prisão domiciliar, mesmo após a decisão do juiz Marcos Boetchat Lopes Filho, da comarca de Abadiânia.

Com todas as condenações, que começam desde 2020, o médium já soma mais de 223 anos e 3 meses de detenção por crimes como violação sexual mediante fraude, estupro de vulnerável e posse ilegal de arma de fogo.

Histórico de prisões

João de Deus foi preso pela primeira vez em 16 de dezembro de 2018, após denúncia de abuso sexual por vítimas que procuraram a polícia no dia 7 de dezembro do mesmo ano. Elas alegaram que sofreram abuso sexual durante atendimentos espirituais do médium na casa Dom Inácio de Loyola ao longos dos anos.

Na cidade goiana de Anápolis, o médium ficou em regime fechado até março de 2020, quando passou a cumprir a pena em casa. Voltou ao regime fechado em agosto de 2021, porém, no mês seguinte voltou ao regime domiciliar.

Defesa de João de Deus

O advogado de defesa do médium, Anderson Van Gualberto, diz que a “defesa irá recorrer das acusações, uma vez que desconsideraram aspectos relevantes dos argumentos apresentados pela defesa, em especial a inobservância do prazo decadencial de seis meses para a representação da vítima”, relata o advogado.

A defesa ainda alega a “fragilidade dos argumentos de acusação quanto a condição de vulnerabilidade das vitimas”. Para Van Gualberto, as mulheres tinham consentimento e iam “por vontade própria” nas visitas espirituais a João de Deus.

* sob supervisão de Enzo Menezes

Estudante de jornalismo na UFMG, estagiário no jornalismo digital da Itatiaia.