Bairro com mais ilhas de calor em BH ganha refúgio climático

São Paulo, na Região Nordeste de BH, ganha espaço com sombra e água potável; prefeitura prevê segunda estrutura ainda este ano

São Paulo, na Região Nordeste de BH, ganha espaço com sombra e água potável

Sombra, água potável e um espaço para descanso em meio ao calor intenso. O bairro São Paulo, na Região Nordeste de Belo Horizonte — uma das áreas que mais registram ilhas de calor na capital — passou a contar com um refúgio climático, estrutura criada para amenizar os efeitos das altas temperaturas.

Instalado ao lado do campo da Atlética Popular, o espaço oferece assentos, cobertura que ajuda a dissipar o calor e acesso à água fresca, funcionando como um ponto de apoio para moradores durante os dias mais quentes. A iniciativa busca melhorar o conforto térmico e incentivar a convivência comunitária.

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O arquiteto responsável pelo projeto, Sergio Myssior, da consultoria Grupo MYR, explica que a escolha do bairro levou em conta tanto os dados técnicos sobre o calor quanto a participação dos moradores. Segundo ele, o diferencial do refúgio é que a estrutura foi cocriada com a comunidade.

“Não é um equipamento que chega pronto. Ele foi pensado, desenvolvido e teve o local escolhido junto com os moradores. Por isso, é um refúgio climático comunitário”, afirma.

A estrutura tem custo estimado de R$ 25 mil, financiado pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), dentro de iniciativas voltadas ao enfrentamento das mudanças climáticas e da elevação das temperaturas nas cidades.

Morador do bairro São Paulo há 30 anos, Denilson da Silva diz que a comunidade pretende cuidar do espaço. Segundo ele, o local já vem sendo utilizado por moradores de diferentes idades, especialmente em dias de sol forte.

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“É um espaço para descansar, conversar, acompanhar quem está jogando bola. As crianças já estão se apropriando do lugar, e isso ajuda a preservar”, comenta.

A Prefeitura de Belo Horizonte informou que uma segunda estrutura semelhante está quase pronta no bairro São Paulo. De acordo com a subsecretária de Planejamento Urbano, Renata Herculano, o novo refúgio deve ser instalado na esquina das ruas Marajós e Angola e a previsão é de entrega ainda neste ano.

Ela reforça que o uso consciente é fundamental para a preservação dos espaços públicos. “O melhor jeito de cuidar é usar. As pessoas precisam tratar esses locais como uma extensão da própria casa para que continuem funcionando bem para todos”, afirma.

Mineiro de Urucânia, na Zona da Mata. Mestre em Comunicação pela Universidade Federal de Ouro Preto (2024), mesma instituição onde diplomou-se jornalista (2013). Na Itatiaia desde 2016, faz reportagens diversas, com destaque para Política e Cidades.

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