Um simples erro de identificação de rótulo foi o que causou a morte de dezenas de animais de estimação no país. Essa foi a conclusão das investigações coordenadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA). O órgão informou que a contaminação dos petiscos ocorreu em função de erros na identificação dos lotes de monoetilenoglicol (substância que tem seu uso proibido na alimentação animal) como se fossem lotes de propilenoglicol (permitido em alimentação animal).
A incorreção desta identificação levou ao uso de produto extremamente tóxico na fabricação de petiscos, em quantidades muito acima das doses consideradas fatais.
O Mapa realizou 120 fiscalizações entre comerciantes, fabricantes e distribuidores. Nem todas as empresas fiscalizadas foram interditadas.
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Outras empresas foram interditadas parcialmente ou fiscalizadas para averiguação de informações. As interdições foram realizadas para que as empresas comprovassem que os alimentos produzidos são seguros para o consumo animal, o que incluiu a apresentação de laudos de análise da matéria-prima, certificados de higienização de linhas de equipamentos, nova sistemática de qualificação de fornecedores e apresentação dos fornecedores qualificados.
Ao longo das investigações, o Mapa determinou
- BASSAR INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
- PEPPY PET INDUSTRIA E COMERCIO DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
- UPPER DOG COMERCIAL LTDA
- PETITOS IND E COM DE ALIMENTOS PARA ANIMAIS LTDA
- PETS MELLON INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA ALIMENTACAO ANIMAL LTDA
- FVO - BRASILIA INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE ALIMENTOS LTDA
Já, na lista das fornecedoras de propilenoglicol para as produtoras de petiscos foram identificadas pelo Mapa cinco empresas:
- TECNOCLEAN INDUSTRIAL LTDA
- A&D QUÍMICA COMÉRCIO EIRELLI
- ATIAS MIHAEL COMÉRCIO DE PRODUTOS QUÍMICOS LTDA
- BELLA DONNA PRODUTOS NATURAIS LTDA
- SABER QUÍMICA INDÚSTRIA E COMÉRCIO LTDA
Todas as empresas foram notificadas, obrigadas a recolher os produtos contaminados e destruí-los. A Polícia Civil de Minas Gerais continua acompanhando o caso e coordenando as investigações.
Donos se indignam com a situação
A analista de processos Débora Regatiere de Oliveira, que mora em Salvador, é apaixonada por pets e ficou indignada com a notícia. Tutora de Keeper, Bella e Lilica, ela disse que a “sorte” é que não tem costume de oferecer com frequência petiscos a eles. Prefere ração, frutas e alguns legumes cozidos. “Só usava aqueles que dizem que são bons para a limpeza dos dentes. Mas não sei se terei coragem de usar novamente. Meu sentimento é de indignação. Não podemos confiar nos produtos fabricados, especialmente, para nossos pets. O que seria para diversão e alegria, agora é visto como mais um perigo, algo que devemos ficar atentos para não correr o risco de perder nossos animais que são parte da nossa família”.