A Universidade Federal de Lavras (UFLA), a Universidade Federal do Tocantins (UFT) e a Universidade Federal de Roraima (UFRR) obtiveram a concessão de patente para uma geleia de guapeva com albedo de maracujá - que substitui a pectina - fibra solúvel que dá textura homogênea e lisa a geleia.
Embora a pectina seja um composto natural, a versão comercial amplamente utilizada na indústria alimentícia passa por um processo de extração e purificação que pode torná-la mais cara. Por isso, pesquisadores têm buscado alternativas mais acessíveis e sustentáveis.
A inovação se destaca por unir ingredientes regionais e sustentabilidade. A guapeva, fruto típico do cerrado brasileiro, que pode ser encontrado em regiões da Amazônia, é combinada ao albedo do maracujá — parte esbranquiçada e fibrosa da fruta, geralmente descartada —, aproveitado aqui como agente gelificante natural, que dá a consistência gelatinosa e espessura à geleia. Além de reduzir custos, o uso desse subproduto contribui para o reaproveitamento de resíduos da indústria alimentícia.
Rica em fibras, antioxidantes e vitamina C, a geleia representa uma alternativa saudável e funcional, com potencial para agregar valor a frutos sazonais e pouco explorados comercialmente, atendendo à demanda por alimentos mais sustentáveis e de menor impacto ambiental.
A patente, protocolada em março de 2020, foi concedida em janeiro de 2025, sob o número BR 10 2020 005597-6.
O projeto foi coordenado pela professora Glêndara Aparecida de Souza Martins, da UFT, no âmbito do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia de Alimentos, com a participação da professora Elisângela Elena Nunes Carvalho, do Departamento de Ciência dos Alimentos da UFLA, e do professor Antônio Alves de Melo Filho, da UFRR.
*Com informações do Portal da Ciência da UFLA