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Abelhas sem ferrão vivem 50 dias e têm cinco profissões; entenda

Outra curiosidade é que os zangões são filhos apenas da mãe. Eles são fruto de óvulos não fecundados, onde não há necessidade da intervenção de machos

As abelhas vivem em sociedades formadas pela rainha, operárias e zangões.

Nesse Dia Nacional do Mel, que tal conhecermos um pouco do universo das Abelhas sem Ferrão? Afinal, cuidar delas pode ser algo prazeroso e até terapêutico. O especialista e meliponicultor, Cézar Brandão Esteves, diz que “cada colmeia é uma verdadeira obra de arte e o universo delas é fascinante” e cheio de curiosidades. Cézar explica, por exemplo, que uma abelha vive em média 50 dias e, ao longo dessa breve vida, ela tem cinco “profissões”.

  • “No primeiro dia ela é cuidada, mas no segundo já está empregada e se torna babá dos ninhos.
  • Depois passa a gari, tornando-se responsável pela limpeza das colmeias.
  • Por volta dos cinco dias de vida, ela recebe mais uma promoção, vai ser soldado e fazer a vigilância e segurança do casulo. Fica nesta tarefa por quatro a cinco dias.
  • A próxima profissão é a de engenheira, quando ela colabora na construção dos casulos utilizados pela rainha para botar os ovos.
  • Por volta de 25 dias de vida ela é liberada para sair e vai ser campeira, trabalhar o dia inteiro buscando o néctar, o pólen, a resina para fazer a própolis e faz isso pelo restante da vida, até morrer”, conta.

Insetos vivem em sociedades bem organizadas e com papeis bem definidos

  • As abelhas vivem em sociedades formadas pela rainha, operárias e zangões.
  • Os zangões são filhos só da mãe. É que eles são fruto de óvulos não fecundados. Ou seja, não é necessário um macho nesse processo chamado de partenogênese.
  • A rainha é a fêmea fértil, as operárias são fêmeas estéreis, e os zangões são os machos, que possuem a função de fecundar a rainha.
  • O processo de comunicação nesta sociedade é outra peculiaridade. “Uma colmeia, quando é colocada num novo espaço, as abelhas demoram entre 45 e 60 dias para fazer todo levantamento da região no raio de voo delas, identificando onde estão os alimentos, de acordo com a época do ano.
  • Quando uma campeira chega com essa informação, ela faz uma dança e passa para as outras que trabalham lá dentro, as engenheiras, que vão divulgar isso e esse conhecimento é passado de geração em geração. Quando elas saem, elas já vão certeiras para o lado que tem o alimento”.

Polinização é outro papel importante

Além de produzirem o mel, pólen, cera e própolis, as abelhas têm papel importantíssimo na polinização, inclusive de muitas culturas agrícolas. Cézar explica, por exemplo, que:

  • a abelha Iraí é especialista em polinizar os morangos, tornando os frutos mais belos, saborosos e uniformes.
  • Já a Uruçu Amarela é a mais eficiente para polinizar o café Conilon. “O Conilon precisa da polinização das abelhas, para prosperar, diferente do café Arábica. Contudo, a polinização no Arábica colabora na melhoria da qualidade dos frutos, que ganham em peso e doçura, resultando em grãos especiais”, reforça.
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Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.