Nada mais natural que o estado que mais produz café no país tenha um Centro de Excelência em Cafeicultura. O novo espaço - o primeiro do segmento no país - idealizado pela Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), por meio do Senar Nacional, em parceria com o Sistema Faemg Senar, será inaugurado no próximo dia 26 em Varginha, sul do estado.
O Centro oferecerá o Curso Técnico em Cafeicultura, reconhecido pelo MEC, com 80% presencial e 20% a distância; formações a distância (EaD) da Rede e-Tec, como o Curso Técnico em Agronegócio, em parceria com o Senar Nacional; e cursos de graduação tecnológica a distância por meio da Faculdade CNA, além de cursos de formação profissional e promoção social e ações do Programa ATeG, do Sistema Faemg Senar. Esses serão promovidos por meio dos sindicatos de produtores rurais a partir da identificação das necessidades dos produtores e trabalhadores rurais e seus familiares.
“Precisamos mais do que nunca, de conhecimento técnico, prático e gerencial, que prepare os cafeicultores e forme profissionais altamente capacitados para todas as atividades da cadeia produtiva”, destacou o presidente do Sistema Faemg Senar, Antônio de Salvo.
Investimento de R$ 13 milhões
A CNA investiu R$ 13 milhões na viabilização do Centro de Excelência em Cafeicultura. A área construída é de 5.100 m² em um terreno de 20 mil m², que foi doado pela Prefeitura de Varginha. O prédio tem oito blocos e conta com seis salas de aula, quatro laboratórios (classificação, torra, moagem e degustação de cafés e cafeteria gourmet), três salas de informática, uma biblioteca, um auditório com capacidade para 260 pessoas e uma área de convivência. Esta será a terceira unidade inaugurada dentro do projeto de implantação de dez centros nacionais de educação profissional e tecnológica, em diversas regiões do país, voltados às várias cadeias produtivas.
“Com o Centro de Excelência em Cafeicultura, que vem se somar aos de Fruticultura, em Juazeiro (BA), e de Bovinocultura de Corte, em Campo Grande (MS), o Senar cumpre sua missão ao levar qualificação profissional com inovação, tecnologia e conhecimento de ponta que atenda as demandas do campo não só nas regiões produtoras onde os centros estão inseridos, mas em todo o Brasil. Assim, o Senar contribui de forma significativa para formar profissionais, gerar emprego, melhorar a qualidade de vida dos produtores de alimentos, de seus familiares, de trabalhadores, além de trazer competitividade e avanços sociais para o campo com uma produção cada vez mais sustentável”, disse o diretor-geral do Senar, Daniel Carrara.
Produção de Conhecimento
A proposta do Centro de Excelência é produzir conhecimento e incentivar a pesquisa, proporcionando aos alunos acesso a boas práticas de gestão, produção, comercialização e inovações tecnológicas, ampliando competências e oportunidades.
O curso inaugural será um Técnico em Cafeicultura, reconhecido pelo MEC, com 80% desenvolvido presencialmente e 20% a distância a partir de 2024. Além disso, será oferecido ensino a distância (EaD) da Rede e-Tec, como o Curso Técnico em Agronegócio, em parceria com o Senar Nacional; e cursos de graduação tecnológica a distância por meio da Faculdade CNA.
Também há espaços para a realização de cursos de formação profissional e promoção social e ações do Programa de Assistência Técnica e Gerencial (ATeG) desenvolvidos pelo Sistema Faemg Senar. Além disso, o Centro também sediará ações e eventos por meio de parcerias para o fortalecimento da cafeicultura em âmbito local, estadual e nacional.
Mercado se ressente de profissionais qualificados
O novo espaço será dirigido por Roberto Romanelli Barata, que é engenheiro agrônomo e mestre em Economia Rural pela UFV, pós-graduado em Sistema Agroalimentar na Itália e professor do Instituto Federal para técnicos agrícolas.
“Nosso objetivo será formar técnicos qualificados e competentes, uma das maiores necessidades do mercado. Por isso, a importância de se fazer parcerias com todos os elos da cadeia do agronegócio do café e envolver as principais regiões produtoras do país. Queremos ser referência na formação de técnicos em cafeicultura e em inovação e tecnologia nesta cadeia produtiva”, disse.
Cafeicultura em Minas
O Brasil é o maior país produtor de café, respondendo por 38% da produção mundial. E a produção mineira representa cerca de 52% do montante nacional. Se Minas Gerais fosse um país, seria o maior produtor do mundo.
O café é o principal produto da agropecuária em Minas. De janeiro a julho deste ano, contabilizou US$ 2,9 bilhões em faturamento e 12,8 milhões de sacas destinadas a 87 países, principalmente aos Estados Unidos, à Alemanha e à Itália. Nos sete primeiros meses deste ano, o segmento foi responsável por 36% das vendas externas do agronegócio no estado, segundo dados da Secretaria de Estado de Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
O Centro de Excelência em Cafeicultura em Varginha está localizado em uma região estratégica na produção, pesquisa e comercialização de cafés no estado, o Sul de Minas, onde fica o maior número de municípios produtores, responsáveis por 50% do café produzido no estado, o que corresponde ao montante produzido pela Colômbia, 3º maior produtor mundial.
Além do Sul de Minas, o estado conta com outras três importantes macrorregiões produtoras: Cerrado Mineiro, Chapada de Minas e Montanhas de Minas. 99% do café produzido no estado é do tipo arábica, que confere alto grau de qualidade à bebida, reconhecida por seu sabor, aroma e acidez.
A primeira indicação de procedência e demarcação de origem de cafés no Brasil é do Cerrado Mineiro desde 2005. É nessa região que fica o maior município produtor do Brasil: Patrocínio, no Alto Paranaíba.
(*) Com informações do Sistema Faemg Senar.