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Tecnologia simples facilita o manejo e aumenta a produtividade da mandioca

Pesquisadores da Embrapa comprovam os benefícios de se forrar o solo com uma cobertura plástica

O recurso aumentou a produtividade das raízes, com manutenção da umidade e o controle da erosão,

Uma solução simples com um resultado surpreendente. Pesquisadores da Embrapa desenvolveram uma tecnologia que facilita o manejo da mandioca de mesa no Cerrado, aumentando sua produtividade e lucratividade. Trata-se da cobertura plástica do solo, exatamente acima de onde as raízes estão plantadas.

A novidade proporcionou um aumento de pelo menos 13% na produtividade da planta. Quando a tecnologia foi utilizada juntamente com a irrigação, essa produtividade foi ampliada em quase 90%”, informou o pesquisador da Embrapa Cerrados, Eduardo Alano.

“O recurso aumentou a produtividade das raízes, com manutenção da umidade, o controle da erosão, promovendo a melhoria da qualidade biológica do solo, além da diminuição do ciclo da cultura e da mão de obra no controle do mato”, acrescentou.

A tecnologia foi lançada em um Dia de Campo realizado dentro da programação da Agrobrasília – feira realizada no PAD-DF entre os dias 23 e 27 de maio. O evento ocorreu no estande de olericultura da Emater-DF e reuniu dezenas de agricultores interessados no cultivo da mandioca de mesa.

Um deles foi João Bosco de Rezende, produtor rural em Rio Verde (GO), que esteve no evento buscando informações a fim de modernizar seu plantio. Atualmente ele produz soja, milho e mandioca de indústria. “Preciso tecnificar minha produção. Gosto muito de fazer o melhor, por isso vim buscar informação e materiais com nome e sobrenome”, afirmou.

As pesquisas também chegaram a uma conclusão a respeito do tamanho ideal dos canteiros e seus respectivos espaçamentos. De acordo com o estudioso, é possível a utilização de uma mesma cobertura plástica do solo para mais de um cultivo. “Ela pode servir para a produção de morango e alface, por exemplo, e depois para uma safra de mandioca. Dessa forma, é possível diminuir os custos de implantação da cobertura, inclusive com a utilização da fertilidade residual do primeiro cultivo”, explica.

Segundo ele, a mandioca entra nesses sistemas de produção como uma cultura estratégica, que permite a ampliação da rentabilidade da lavoura e, ao mesmo tempo, quebra os ciclos de pragas e doenças por meio da sucessão e/ou rotação de culturas. Outro aspecto destacado por ele é a possibilidade de utilização da consorciação com outras culturas entre as fileiras duplas de mandioca a fim de contribuir para o enriquecimento, a preservação e a intensificação do uso do solo, bem como para o aumento da diversificação da renda familiar.

Ao final do evento, foram distribuídas aos agricultores amostras promocionais de ramas de mandioca da BRS 429, que é altamente produtiva (49,76% de superioridade média de produtividade de raízes comerciais), apresenta moderada resistência à bacteriose e ao superalongamento, principais doenças que atingem a região Centro-Sul e o Cerrado, e maior precocidade (pode ser colhida aos oito meses).

(*) Com informações da Embrapa Cerrado.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.