O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) anunciou, ontem (9) mais R$ 2 bilhões para a linha de crédito em dólares do setor agro. O valor se soma aos outros R$ 2 bilhões anunciados em abril de 2023.
O novo crédito bilionário é uma das estratégias do governo Lula (PT) para começar a conquistar a confiança de público ligado a Bolsonaro (PL). A necessidade do atual governo diminuir a distância com o setor agro ficou evidente após a ‘saia justa’ com a coordenação da Agrishow, que preteriu a presença do ministro Carlos Fávaro para receber o ex-presidente Jair Bolsonaro, na abertura do evento em Ribeirão Preto, na semana passada. Fávaro ficou visivelmente desgostoso com o episódio.
A linha, cujo protocolo de operações será aberto no dia 16 deste mês aos agentes financeiros credenciados a repassar os recursos, apresentou perspectiva de demanda de crédito superior aos R$ 2 bilhões inicialmente previstos.
O próprio presidente do banco, Aloizio Mercadante, informou que em apresentações iniciais da linha aos clientes finais, os parceiros identificaram uma procura significativa pelos recursos. Em razão desse cenário, o BNDES decidiu dobrar o valor inicialmente alocado. O diagnóstico foi feito por meio de sondagens realizadas desde o primeiro dia da Agrishow com diferentes agentes financeiros participantes da Feira.
“Queremos afastar qualquer possibilidade de esgotamento de recursos na linha, que tem uma condição muito favorável, permite planejamento e segurança. Ela é um dos instrumentos de que dispomos para
que reduza custos e riscos”, comentou Mercadante.
De acordo com o blog da Júlia Duailibi, do G1, Fávaro pretendia anunciar a ampliação do crédito rural na Agrishow, mas desistiu da ideia quando o ministro da Agricultura foi desconvidado para o evento.
Até abril, o produtor rural contava com três tipos de taxas para o financiamento do Crédito Rural: Selic; TLP (Taxa de longo prazo do BNDES); e Taxa Fixa do BNDES.
Em nota, o BNDS informou que:
“O uso de uma taxa fixa, em dólares americanos, para operações no âmbito do produto BNDES Crédito Rural busca ampliar e diversificar alternativas de crédito a custos mais competitivos para o segmento, que é intensivamente exportador. Voltada à aquisição de máquinas e equipamentos agrícolas, a opção deve contribuir para aumentar a produtividade no campo, ao ampliar a atualização tecnológica da frota de tratores e colheitadeiras agrícolas’.
Agricultor deve ter receitas em dólar
Para receber o crédito, o agricultor deve ter receitas em dólar ou atreladas à moeda americana, de modo a minimizar riscos cambiais. Essa verificação será realizada pelo agente financeiro. O custo final partirá de aproximadamente 7,59% ao ano, mais variação cambial. Os prazos totais vão de 25 a 120 meses, com carência de até 24 meses. São condições extremamente competitivas se comparadas a soluções semelhantes disponíveis no mercado.
Além da nova linha com taxa fixa em dólares, o BNDES Crédito Rural conta com outras três possibilidade de custos financeiros básicos na formação da taxa final para o financiamento: Taxa Selic, TLP (Taxa de longo prazo do BNDES) ou a Taxa Fixa do BNDES. Detalhes sobre a linha estão disponíveis no link www.bndes.gov.br/wps/portal/site/home/financiamento/produto/bndes-credito-rural.