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MST ‘light’ esclarece que ‘Jornada Nacional’ não prevê invasões de terra em massa

Coordenador do movimento diz que ações serão pontuais, ponderadas e que uma das tarefas é defender o presidente Lula

Lema da jornada esse ano é lema é “Contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”

Depois de ter anunciado o início do Abril Vermelho - 26º Jornada Nacional de Lutas em Defesa da Reforma Agrária, durante uma coletiva de imprensa, ontem (11) em São Paulo, a direção nacional do Movimento dos Sem-Terra (MST) esclarece que as mobilizações não serão necessariamente invasões de propriedade e sim atos políticos, ações de solidariedade, celebrações inter-religiosas, passeatas e marchas. O lema é “Contra a fome e a escravidão: por terra, democracia e meio ambiente”.

O coordenador nacional do movimento, João Paulo Rodrigues, garantiu que não haverá uma onda de invasões de propriedades no Abril Vermelho, jornada anual de ações do movimento para lembrar o massacre de Eldorado dos Carajás (1996).

Em entrevista ao jornal Folha de São Paulo, Rodrigues disse que devem ocorrer ocupações pontualmente, mas não dezenas ou mesmo centenas que, tradicionalmente, caracterizam a Jornada Anual do MST.

Desde o começo do mês, integrantes do MST já invadiram uma área em Pernambuco e a superintendência do Incra em Alagoas, comandada por César Lira, primo do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL).

“Fizemos 16 ocupações de terra em 2023. Possivelmente haverá mais mobilização na semana que vem, que pode se dar em marchas, assembleias, atos nas capitais, nas assembleias legislativas. Estou reafirmando que não haverá nenhuma jornada de ocupações de terra”, disse.

“Jornada, quando o MST organiza, tem 60, 80, 200 ocupações. Temos aproximadamente 600 acampamentos, espalhados pelo país, que poderiam fazer ocupações. Não há isso. O que acontecerá é alguma ocupação para denunciar latifúndios improdutivos e trabalho escravo, e também manifestações pacíficas em frente ao Incra e ministérios, mas nada de ocupações”, completou.

Rodrigues disse ainda que uma das tarefas do MST atualmente é defender o governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Outra é lutar contra a política de juros do Banco Central, pauta também eleita pelo presidente petista.

Maria Teresa Leal é jornalista, pós-graduada em Gestão Estratégica da Comunicação pela PUC Minas. Trabalhou nos jornais ‘Hoje em Dia’ e ‘O Tempo’ e foi analista de comunicação na Federação da Agricultura e Pecuária de MG.