Começa nessa sexta (23), a partir das 18h, a 4ª edição do Festival do Queijo Artesanal de Minas, no Parque da Gameleira. O evento, organizado pelo Sebrae e pelo Sistema Faemg, segue até domingo (25) com estandes de queijos de todas as dez regiões produtoras de QMA, todas com identificação geográfica (IG) reconhecida pelo governo do Estado. O evento terá participação de chefs renomados e ainda estandes de cachaça, cerveja, vinhos, shows de MPB, Espaço Kids e Fazendinha.
Amanhã (24) está prevista uma solenidade de abertura, às 16h30, com a presença do Ministro do Turismo, Carlos Alberto Gomes Brito, e do secretário estadual de cultura, Leônidas Oliveira. Eles vão receber de um representante da Amiqueijo (Associação Mineira do Queijo Artesanal), uma solicitação para inscrição dos ‘Modos de Fazer’ do QMA na Lista de Patrimônio da Humanidade, chancelada pela Unesco. “O documento, que tem o apoio da FAEMG e do governo do Estado, será entregue à presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), Larissa Peixoto, que encaminhará à Unesco”, explicou Frank Mourão, presidente da Comissão Técnica do Queijo Minas Artesanal da FAEMG.
Frank disse que a possibilidade do QMA ser considerado ‘Patrimônio da Humanidade’ abre com chave de ouro o festival que ganha uma edição ainda mais festiva, comemorativa do reencontro com o público, após dois anos de ausência em função da pandemia. “Nossa expectativa é que cerca de 8 mil pessoas passem pelo Parque, o dobro da edição anterior”.
Mais estandes e espaços variados
Estão previstos muito mais estandes do que na última edição, com espaços para a cerveja artesanal, a cachaça e os vinhos mineiros; os azeites regionais, alguns dos principais cafés mineiros, o mel e ainda shows musicais, espaço Kids e Fazendinha. Sem falar na programação específica para o mercado queijeiro com Seminário Técnico, Workshop Mercado de Queijos, Agenda de Relacionamento e curso de Queijista.
Queremos nos aproximar dos consumidores para que conheçam a diversidade da produção com os mais diferentes sabores e texturas ”.
Embora, os produtores não tenham do que reclamar: o QMA, segundo Frank, “o QMA desfruta cada vez mais de reconhecimento e prestígio nacional e internacional” pela qualidade da produção e sabores inigualáveis.
Leis ainda precisam ser adequadas
Por outro lado, ainda há muito o que avançar em termos de legislação, “Ainda somos submetidos a uma lei de 1950 que foi feita para a indústria. Normativas estaduais trouxeram avanços e flexibilizações, mas volta e meio aparece um projeto de lei que desconhece completamente o processo produtivo”, comentou o presidente, acrescentando que isso é ruim porque gera distorções e entraves. Por isso, peço ao legislativo e ao executivo mineiros que olhem para o nosso setor com mais cuidado”, falou. De acordo com a Comissão Técnica da FAEMG, Minas tem atualmente, 123 queijarias certificadas pelo Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), 99%, segundo Frank, proveniente da agricultura familiar. “Daí a importância econômica e social do setor para nosso Estado”.
Chefs renomados
Quem for ao Parque da Gameleira, poderá experimentar queijos das dez regiões produtoras (Diamantina, Serro, Triângulo Mineiro, Alagoa, Cerrado, Araxá, Serra do Salitre, Campo das Vertentes, Mantiqueira e Canastra) e em diferentes estágios de maturação, com 30, 60, 90 dias ou até mesmo um ano. Na Praça de Alimentação, sete chefs de cozinha renomados, como Edson Puiati, Gabriel Trillo, Guilherme Melo, Eduardo Maya e Alê Ferri vão preparar pratos utilizando o QMA como principal matéria-prima.
Serviço:
Festival do Queijo Artesanal de Minas
de 23 a 25 de setembro
Horário:
23 - das 18h às 22 horas
24 - das 11h às 22 horas
25 - das 11h às 22 horas
Ingressos online: R$ 16,20 (inteira) R$ 8,10 (meia)
Ingressos no local: R$ 20 (inteira) e R$ 10 (meia)
Informações e vendas:
Parque da Gameleira: Av. Amazonas, 6020.
Pudera, na primeira edição do festival, em 2017, o Estado tinha apenas sete regiões produtoras de QMA caracterizadas. Agora, são 10, a maioria estarão representadas com estandes no encontro. As duas regiões mais recentemente caracterizadas pelo governo do Estado, como produtoras de QMA, foram Diamantina e Serras do Ibitipoca. A inclusão das novas regiões consolida o movimento de organização e profissionalização de um setor ainda muito marcado pela informalidade e, ao mesmo tempo, com enorme potencial de crescimento.
o evento será nos dias 23, 24 e 25 de setembro, no Parque da Gameleira, e vai oferecer ao público uma programação voltada para produtores e admiradores da iguaria.
Minas Gerais é responsável por 40% da produção nacional de queijo. Com a maior bacia leiteira do país, produz 9,7 bilhões de litros por ano. A quantidade é superior à que é destinada à fabricação de queijos em todo o país, de 8,7 bilhões de litros, segundo o IBGE. Além disso, o Queijo Minas Artesanal é um dos símbolos da gastronomia mineira e admirado no Brasil e no exterior, conquistando cada vez mais mercados com seus sabores diferenciados.
Para o presidente do Sistema Faemg, Antônio de Salvo, o Festival do Queijo Artesanal de Minas já é um evento consolidado no calendário da instituição, que promove o encontro entre os produtores queijeiros e o público em geral. “O evento deixa claro o alto nível dos queijos produzidos no nosso estado, além de ser a oportunidade de mostrar como os cursos oferecidos pelo Sistema Faemg colaboram para o fortalecimento deste segmento. Temos dezenas de produtores rurais capacitados e premiados – nacional e internacionalmente –, que têm no Festival a oportunidade de dar visibilidade aos seus produtos, promovendo assim, novos negócios”, afirma Salvo.
Após dois anos de muita expectativa, o evento retorna de forma presencial, em um espaço mais amplo para receber, com toda a segurança, um público estimado em 8 mil pessoas. Além de rodadas de negócios, seminários, oficinas, entre outros, durante o festival, sete chefs mineiros vão apresentar e servir pratos elaborados com a iguaria. Cada chef representará uma das 10 regiões produtoras presentes no evento, (Diamantina, Serro, Triângulo Mineiro, Alagoa, Araxá, Cerrado, Serra do Salitre, Campo das Vertentes, Mantiqueira de Minas e Canastra).
“A produção de queijo artesanal é uma atividade tradicional de vários municípios mineiros e tem grande importância para a economia e identidade sociocultural do estado, além de ser a principal atividade geradora de renda para várias famílias. Em uma busca permanente pela melhoria da qualidade de seus queijos, os produtores contam com o apoio do Sebrae Minas por meio de orientações e parcerias em pesquisas e consultorias técnicas e gerenciais, que diferem a iguaria produzida em Minas Gerais de qualquer parte do mundo. Além disso, promove ações como este festival, que valoriza nossa cultura, nossas origens produtoras, gerando novas oportunidades de negócios e aumentando a renda dos produtores rurais”, comenta o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Roberto Simões.
A cultura do QMA
O Queijo Minas Artesanal (QMA) é um produto que carrega em seu processo de fabricação uma técnica histórica, que remonta ao tempo dos colonizadores. É um queijo feito em pequenas propriedades rurais, utilizando receitas tradicionais e familiares, passadas com carinho de geração em geração, que preservam a identidade cultural do povo mineiro e o mesmo sabor marcante degustado pelos nossos antepassados.
O sabor dos queijos artesanais varia de acordo com a região onde é produzido, sendo influenciado pela altitude, pelas características do solo onde as vacas pastam, pelo clima da localidade, pelo tipo de vegetação, pela água, entre outros fatores que propiciam sabores únicos aos queijos de cada parte do estado.