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Perdão de dívidas com o Ibama, certo ou errado?

Está nas mãos dos deputados o perdão das dívidas dos produtores rurais com o Ibama, que tem dois caminhos a seguir: o perdão ou a renegociação

Valdir Barbosa analisa o perdão das dívidas dos produtores rurais com o Ibama

Particularmente sou radicalmente contra e qualquer ação que venha prejudicar o meio ambiente, a não ser àquelas previstas no Código Ambiental Brasileiro que é muito rigoroso mas também muito desobedecido.

As permissões previstas em lei são todas calculadas e previstas sem que haja quebra da cadeia ambiental. pode haver corte de árvores?

Sim! Dentro do estabelecido pelas normas ambientais tudo se recompõe sem prejuízos para a natureza.

Acontecem ações que causam pequenos danos e muitas vezes são executadas pela ignorância das pessoas? Também existe! E boa parte dos danos é provocada intencionalmente por pessoas sem a menor responsabilidade, é fato!

Existem ações dos fiscais e polícia ambiental que não têm o menor jogo de cintura na avaliação atos praticados? Existe sim! E muitas vezes as multas ultrapassam qualquer possibilidade de pagamento por parte do infrator. Se não há como pagar, o produtor fica bloqueado para financiamentos na agropecuária, até para se livrar da propriedade ele tem que quitar o débito, o que podemos esperar desse ruralista a partir daí? Um novo infrator em potencial.

As fiscalizações deveriam ser mais amparadas pelos governos com mais fiscais, melhor distribuição deles pelo país e melhores salários também, para que pudessem exercer a função com mais independência.

O projeto que está chegando a Câmara dos Deputados fala sobre uma dívida de 56 bilhões de reais de produtores rurais com o IBAMA. Para o autor do projeto, senador Mecias de Jesus (Republicanos-RR) os produtores não têm condições de pagar um débito desse tamanho. Em contrapartida o senador Carlos Fávaro (PSD-MT) entende que deverá haver uma renegociação coma maioria dos devedores. Alguns poderão ser perdoados. É sempre importante avaliar a gravidade de cada ação para um julgamento mais racional.

Talvez seja esse o melhor caminho para não haver muita injustiça. É também um caminho bem complexo, difícil de ser definido. O melhor seria se tivéssemos um código de leis rigoroso, mas explicativo, fácil de ser interpretado.

Produtor rural no município de Bambuí, em Minas Gerais, foi repórter esportivo por 18 anos na Itatiaia e, por 17 anos, atuou como Diretor de Comunicação e Gerente de Futebol no Cruzeiro Esporte Clube. Escreve diariamente sobre agronegócio e economia no campo.