Considerado por produtores e cientistas a pior praga dos cafezais, o bicho mineiro (Leucoptera coffeella), agora, está mais conhecido da ciência. É que uma equipe multidisciplinar de pesquisadores da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia, de Brasília, anunciou a geração de dados do genoma completo desse inseto, responsável por comprometer a qualidade dos grãos e gerar perdas entre 30% e 70% da produção.
A notícia é um alento porque um dos maiores obstáculos para o seu controle era a escassez de informações acerca de sua sequência genômica. Daí a dificuldade em driblar o mecanismo de resistência dessa minúscula mariposa, de apenas um milímetro de comprimento, aos inseticidas disponíveis no mercado.
Para conhecer melhor não só o comportamento da mariposinha, que na fase de lagarta, devora uma planta inteira sem dificuldade, os pesquisadores, agora, trabalham com o conjunto completo dos genes da praga, analisando órgãos, tecido e linhagem celular.
A pesquisadora Érika Albuquerque informa que a geração do genoma completo possibilita desenvolver soluções tecnológicas com ação biocida, o que atenderá a um maior número de cafeicultores, inclusive aqueles dedicados à produção orgânica.
Próximos passos
A partir de agora, os pesquisadores esperam apontar um conjunto de soluções tecnológicas que poderão ser usadas entre si ou com outros defensivos como parte de sistemas de manejo integrado. O trabalho segue tendência adotada em todo o mundo de buscar cada vez mais o uso de recursos que contemplem eficiência e durabilidade no tratamento das pragas sem prejudicar o meio ambiente.
(*) Com informações da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia e Embrapa Café