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Mulher com morte cerebral é mantida viva há quatro meses para gerar bebê nos EUA

Adriana Smith teve diagnóstico de morte cerebral quando estava grávida de nove semanas. Agora, ela está na 24ª semana

Adriana tem outro filho, de cinco anos

Adriana Smith, de 30 anos, teve morte cerebral mas é mantida viva há quatro meses porque está grávida. Ela está internada em Atlanta, nos Estados Unidos, onde existe uma lei antiaborto que proíbe a prática depois de seis semanas de gestação. Atualmente, a gravidez está na 24ª semana.

A mãe dela, April Newkirk, disse em entrevista à emissora WXIA-TV que Adriana teve a morte constatada, mas continua “respirando por máquinas há mais de 90 dias”. Segundo ela, o hospital não pediu a autorização da família para manter Adriana vida. “Deveria ter sido deixado a critério da família. Não estou dizendo que teríamos optado por interrompes a gravidez dela, mas que deveríamos ter tido a opção”, comenta.

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Além disso, o bebê que está sendo gerado por Adriana foi diagnosticado com hidrocefalia. “Ele (o bebê) pode ficar cego, pode não conseguir andar, pode não sobreviver após nascer”, detalha April. A mãe de Adriana também comentou que, para ela, ver a filha nessa situação "é uma tortura”.

Diagnóstico de morte cerebral

Adriana Smith, que estava grávida de nove semanas na época, sentiu fortes dores de cabeça e decidiu ir ao hospital. Ela foi medicada e liberada depois, sem ter passado por exames.

Na manhã seguinte, ela foi levada a outro hospital, com a respiração ofegante. Os médicos encontraram coágulos sanguíneos no cérebro dela e, horas depois, Adriana teve a morte cerebral decretada. Desde então, ela é mantida viva com a ajuda de aparelhos.

O plano do hospital é manter a mulher viva até que o bebê consiga sobreviver sozinho, o que só acontece quando ele atinge 32 semanas de gestação. Ou seja, Adriana ainda deve permanecer viva por pelo menos oito semanas.

Paula Arantes é estudante de jornalismo e estagiária do jornalismo digital da Itatiaia.