Durante o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro e de outros sete aliados acusados de uma suposta tentativa de golpe, os ministros Luiz Fux, Alexandre de Moraes e Flávio Dino protagonizaram um momento de constrangimento no plenário da Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF).
A situação ocorreu após Dino interromper o voto de Moraes para fazer dois comentários. Em seguida, Fux reclamou, lembrando de um acordo prévio entre os ministros para que os votos fossem lidos sem interrupções.
“Só uma questão de ordem. Presidente, conforme combinamos naquela sala, aqui ao lado, os ministros votariam direto, sem intervenção de outros colegas, embora tenha sido muito própria essa intervenção do ministro Dino. Mas eu gostaria de cumprir aquilo que combinamos no momento em que eu votar”, afirmou Fux.
Moraes respondeu prontamente: “Presidente, eu concedo a parte normalmente”.
Fux rebateu: “É, mas eu não vou conceder, conforme combinamos lá na sala, porque o voto é muito extenso e a gente perde o fio da meada, principalmente quando representa certa discordância”.
Moraes então encerrou: “Ministro Fux, a parte foi pedida a mim, e não a Vossa Excelência”.
Com um tom mais descontraído, Dino interveio novamente: “Eu tranquilizo o ministro Fux e digo que não pedirei a Vossa Excelência, pode dormir em paz”.
O diálogo gerou um breve clima de tensão, mas Moraes logo retomou a leitura do seu voto, dando sequência ao julgamento.