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Na Casa Branca, Netanyahu resgata plano de Trump para expulsar palestinos de Gaza

Declaração foi feita durante um jantar na Casa Branca, nesta segunda-feira (7), enquanto os chefes de estados conversavam sobre o cessar-fogo, considerada a prioridade de Trump para o Oriente Médio

O primeiro-ministro israelense Benjamin Netanyahu (à direita) entrega uma carta ao presidente dos EUA, Donald Trump, durante encontro no Salão Azul da Casa Branca, em Washington.

O primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, durante um jantar na Casa Branca nesta segunda-feira (7), resgatou o plano do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de expulsar os palestinos da Faixa de Gaza.

“Estamos trabalhando com os EUA para encontrar países dispostos a concretizar o que sempre dizem: que querem dar aos palestinos um futuro melhor”, declarou Netanyahu propondo que os palestinos saiam da Faixa de Gaza.

A ideia, que foi apresentada pela primeira vez por Trump no início do ano, é rejeitada pelos palestinos, que querem o reconhecimento do Estado da Palestina. A declaração aconteceu no momento em que as autoridades de Israel e do Hamas negociam um cessar-fogo para o conflito.

Segundo Netanhyau, a permanência dos palestinos seria uma questão de “livre escolha”, enquanto bombardeios e operações militares com ordens de retirada para civis seguem diariamente.

“Se as pessoas quiserem ficar podem ficar, mas se quiserem sair, devem poder sair. Não deveria ser uma prisão”, acrescentou. Cerca de 2 milhões de pessoas seguem em crise humanitária no território.

Dessa vez, Trump não endossou o plano de realocação de palestinos, mas disse que os países ao redor de Israel estavam ajudando.

“Tivemos grande cooperação dos países vizinhos grande cooperação de cada um deles. Então, algo de bom vai acontecer”, declarou.

Trump e autoridades da Casa Branca pedem que Israel e Hamas selem rapidamente um novo acordo de cessar-fogo por 60 dias. O acordo, proposto pelos EUA, inclui ainda ajuda humanitária para Gaza e libertaria reféns restantes mantidos no território palestino.

O Hamas já declarou estar disposto a libertar todos os reféns em troca do fim da guerra e da retirada total de Israel de Gaza. Netanyahu, por outro lado, afirma que a guerra terminará quando o Hamas se render, se desarmar e se exilar da faixa de gaza.

Fim do Conflito em Gaza

Trump deixou claro que, depois do cessar-fogo com o Irã, gostaria de ver o fim do conflito em Gaza. De acordo com o presidente norte-americano, o grupo islamista estaria disposto a se reunir para um cessar-fogo. A Casa Branca anunciou também nesta segunda (7) que Steve Witkoff, enviado especial dos EUA para o Oriente Médio, viajará para Doha ainda esta semana para tentar finalizar o acordo.

A reunião na Casa Branca também abordou o futuro dos esforços diplomáticos entre EUA e Irã, que antes do conflito em junho negociavam um acordo nuclear.

Trump afirmou que o governo deve se reunir com o governo iraniano em breve. “Temos conversas agendadas com o Irã, e eles querem conversar. Eles levaram uma surra”, declarou.

Mestrando em Comunicação Social na UFMG, é graduado em Jornalismo pela mesma Universidade. Na Itatiaia, é repórter de Cidades, Brasil e Mundo