Moradores de Gaza vivem sob tensão após uma nova série de bombardeios israelenses que atingiu diversos pontos da Faixa de Gaza, incluindo a Cidade de Gaza, no norte, onde o Exército israelense planeja uma ofensiva de larga escala contra o Hamas. Pelo menos 16 pessoas morreram nas ações mais recentes, segundo a Defesa Civil local.
Iman Rajab, que vive em um acampamento de deslocados no bairro de Maqusi, relatou: “Nós temos medo da noite, de dormir em nossas barracas. Rezamos a Deus para que a guerra termine, estamos cansados dos deslocamentos, temos medo e fome”.
Ao amanhecer, colunas de fumaça podiam ser vistas sobre a Cidade de Gaza. No necrotério do Hospital Al Chifa, familiares choram pelas vítimas alinhadas no chão. Muitos moradores foram deslocados várias vezes durante os quase 23 meses de conflito entre Israel e o Hamas, que já deixou milhares de mortos e feridos.
A guerra teve início após o ataque do Hamas contra Israel em 7 de outubro de 2023, que matou 1.219 pessoas, a maioria civis, e resultou no sequestro de 251 pessoas, das quais 47 permanecem em cativeiro. Em retaliação, a ofensiva israelense provocou mais de 63.400 mortes na Faixa de Gaza, segundo o Ministério da Saúde local, governado pelo Hamas.
O Exército israelense afirmou que investiga os incidentes, mas que a falta de horários e coordenadas exatas dificulta a verificação. As restrições de acesso à imprensa local também impedem a confirmação independente dos números divulgados pela Defesa Civil. Israel planeja tomar a Cidade de Gaza, considerada um dos últimos redutos do Hamas, e declarou que a saída dos moradores é “inevitável”.
Morte de porta-voz
Neste domingo (31), o ministro da Defesa israelense, Israel Katz, anunciou a morte de Abu Obeida, porta-voz das Brigadas Ezedin al Qasam, braço armado do Hamas, em ataque das forças israelenses. O Hamas ainda não se pronunciou sobre a informação. Enquanto isso, os quase dois milhões de habitantes da Faixa de Gaza continuam vivendo sob cerco e constantes ataques.
