O Hamas anunciou neste domingo, 1º de junho, sua prontidão para iniciar “imediatamente” uma nova rodada de negociações para um cessar-fogo na Faixa de Gaza. O comunicado do grupo ocorre após Catar e Egito intensificarem os esforços para mediar o fim do conflito entre o Hamas e Israel, que já resultou em mais de 54 mil mortes no território palestino.
Na semana passada, Israel havia aceitado a proposta de cessar-fogo apresentada pelos Estados Unidos, enquanto o Hamas buscou fazer emendas ao texto, o que foi classificado como “totalmente inaceitável” pelo enviado especial americano Steve Witkoff. As emendas propostas, segundo um dirigente do Hamas que falou sob condição de anonimato, incluem:
- Garantias dos EUA;
- Cronograma de libertação de reféns;
- Entrega de ajuda humanitária;
- Retirada das forças israelenses.
O Hamas também reiterou que a proposta visa a um cessar-fogo permanente, com a retirada das tropas israelenses e garantias para a assistência humanitária na Faixa de Gaza. Em troca, o grupo se propõe a entregar 10 reféns vivos e os corpos de outros 18 em troca da libertação de prisioneiros palestinos. O acordo de 60 dias descrito por Witkoff nas redes sociais previa a libertação de metade dos reféns vivos e o retorno dos corpos de metade dos que morreram. Das aproximadamente 250 pessoas sequestradas no ataque de 7 de outubro, 58 permanecem sob o poder do Hamas, e Israel acredita que 35 delas estão mortas.
O impasse nas negociações se agrava em meio à crescente pressão internacional sobre Israel devido à crise humanitária em Gaza. Apesar da retomada da ajuda aos palestinos após quase três meses de bloqueio, organizações internacionais a consideram insuficiente e criticam o novo sistema de distribuição. Neste domingo, ao menos 31 pessoas morreram e mais de 170 ficaram feridas durante a distribuição de alimentos em Gaza. Testemunhas relataram que forças israelenses abriram fogo contra a multidão, embora o exército israelense negue ter atirado contra civis.
*Com informações do Estadão Conteúdo