O príncipe Harry foi acusado de “intimidação e assédio” neste domingo (30) por Sophie Chandauka, presidente do conselho de administração da Sentebale, organização não governamental que ele cofundou e da qual se distanciou após um conflito interno.
Em entrevista à Sky News, Chandauka afirmou que o filho mais novo do rei Charles III teria tentado forçá-la a deixar seu cargo na ONG, onde atua desde 2023. “O que o príncipe Harry queria fazer era me expulsar, e isso continuou por meses, na forma de intimidação e assédio”, disse ela, acrescentando que tem provas dessas alegações.
A Sentebale, que trabalha com crianças e jovens afetados pela epidemia de Aids no Lesoto e em Botsuana, foi fundada por Harry em 2006, dando continuidade ao legado de sua mãe, a princesa Diana. Até então, a ONG era um dos poucos compromissos que o duque de Sussex manteve após sua saída da monarquia britânica em 2020 e a perda de seu patrocínio real.
Na última terça-feira, no entanto, o príncipe anunciou estar “devastado” por deixar a entidade, após um conflito entre os administradores e Chandauka. Segundo membros do conselho, a presidente foi acusada de má gestão e pediram sua renúncia, levando o caso à Justiça.
A crise interna teria gerado uma cultura do “silêncio”, segundo Chandauka, com conselheiros relutantes em se opor ao príncipe ou discutir temas delicados. Ela também afirmou que a saída de Harry do Reino Unido contribuiu para a perda de doadores e mencionou um episódio envolvendo uma equipe da Netflix.
De acordo com Chandauka, o príncipe levou uma equipe de filmagem da plataforma — com a qual tem um contrato milionário — para um evento de arrecadação de fundos da Sentebale, durante um torneio de polo. Imagens do evento viralizaram, mostrando um momento constrangedor entre Chandauka e Meghan Markle, quando ambas tentaram segurar o troféu ao mesmo tempo. Segundo Chandauka, Harry teria pedido que ela fizesse uma declaração pública em apoio à duquesa, o que foi negado por outro ex-presidente do conselho.
O ex-presidente Kelello Lerotholi afirmou à Sky News que “nunca testemunhou” qualquer pedido do príncipe nesse sentido. Já Lynda Chalker, que esteve no conselho da Sentebale por quase 20 anos, disse ao jornal The Times que Chandauka administrava a entidade de forma “quase ditatorial”.
Procurado pela Sky News, Harry, que atualmente mora na Califórnia com Meghan e seus dois filhos, não se pronunciou sobre as acusações. Segundo uma fonte anônima citada pela BBC, os administradores da ONG acreditam que Chandauka está promovendo um “golpe publicitário” com suas declarações.
* Com informações da AFP