A Rússia afirmou neste domingo (8) que o presidente sírio Bashar al-Assad renunciou ao cargo e saiu do país, mas sem revelar seu destino.
“Como resultado das conversações entre (Bashar al) Assad e uma série de participantes do conflito no território da República Árabe Síria, ele tomou a decisão de renunciar ao cargo de presidente e deixar o país, dando instruções para que aconteça uma transferência pacífica de poder”, afirmou o Ministério das Relações Exteriores. “A Rússia não participou das conversações”, acrescenta a nota.
Na televisão pública, os rebeldes anunciaram a queda do “tirano” Bashar al-Assad e a “libertação” de Damasco.
Também afirmaram que libertaram todos os prisioneiros “detidos injustamente” e pediram a proteção das propriedades do Estado sírio “livre”.
Os rebeldes também anunciaram “a fuga” do presidente em uma mensagem no Telegram.
“Assad saiu da Síria pelo Aeroporto Internacional de Damasco antes que os membros das Forças Armadas e de segurança abandonassem o local”, disse à AFP Rami Abdel Rahman, diretor do Observatório Sírio para Direitos Humanos (OSDH), uma ONG com sede no Reino Unido que tem uma ampla rede de fontes dentro da Síria.
Dezenas de pessoas saíram às ruas de Damasco, segundo imagens da AFPTV, para celebrar a queda do regime que era controlado há mais de meio século pela mesma família. Várias pessoas pisotearam uma estátua de Hafez al-Assad, pai de Bashar.
“Esperávamos por este dia há muito tempo”, disse Amer Batha por telefone à AFP da praça. “Não posso acreditar que estou vivendo este momento”, acrescentou, sem conter as lágrimas de alegria.