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Avião de Amelia Earhart pode ter sido encontrado quase 90 anos depois de acidente

Queda aconteceu enquanto Earhart tentava dar uma volta ao mundo, em 1937; o desaparecimento da piloto é considerado um dos maiores mistérios da aviação

Pesquisadores ao lado do sonar que teria encontrado os vestígios do avião de Amelia Earhart

Um equipe de pesquisadores pode ter encontrado os destroços do avião de Amelia Earhart, nas profundezas do Pacífico Sul. A primeira piloto mulher a cruzar sozinha o Oceano Atlântico pelo ar desapareceu ao tentar dar uma volta ao mundo, em julho de 1937. O sumiço de Earhart é considerado um dos maiores mistérios da aviação.

A empresa responsável pela suposta descoberta é a Deep Sea Vision (DSV), fundada pelo empresário, ex-piloto e ex-oficial de inteligência da Força Aérea dos Estados Unidos, Tony Romeo, durante a pandemia da Covid-19.

Tony atuava no ramo imobiliário, mas durante o isolamento social conheceu a pesca magnética, que usa imãs para atrair objetos metálicos. Ele e o irmão, também piloto, começaram a conversar sobre usar os imãs para encontrar aviões afundados, em especial o Lockheed Electra, de Amelia Earhart.

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A ideia de usar um imã gigante não deu certo, mas o projeto seguiu em frente. A Deep Sea Vision comprou um Hugin 6000, o sonar mais potente disponível, capaz de varrer amplas áreas do fundo do mar, a mais de 6 mil metros de profundidade. Ao todo, a expedição custou US$ 11 milhões (R$ 54 milhões).

Após traçarem a área que o avião de Earhart poderia ter caído, os pesquisadores começaram a procurar por ele. A equipe identificou um objeto no fundo do mar, com formato e tamanho semelhantes ao Lockheed Electra. “Achamos que pode ser o avião dela”, disse Tony Romeo.

Porém, segundo o empresário, também é possível que o objeto seja um conjunto de pedras no formato de um avião. Agora, a equipe quer montar uma nova expedição e usar uma câmera para buscar evidências para confirmar se o achado é mesmo a aeronave desaparecida, como o número da cauda do avião: NR16020.

A empresa informou que passou 90 dias fazendo buscas em uma área de 13.500 km² no fundo do Oceano Pacífico, “mais do que em todas as buscas anteriores juntas”, e acrescentou que mantém em sigilo a localização exata da descoberta.

Quem foi Amelia Earhart?

Amelia Earhart começou a voar no início da década de 1920. Em 1928, ela cruzou o Oceano Atlântico pela primeira vez, mas como passageira. Mas, foi em 1932 que ela entrou de vez para a história da aviação. Earhart cruzou sozinha o Oceano Atlântico, em um voo sem escalas. Até então apenas Charles Lindbergh havia conseguido o feito.

O pioneirismo de Earhart fez com que ela se tornasse amiga da primeira-dama Eleanor Roosevelt e uma importante porta-voz dos direitos das mulheres. Ela também chegou a dar mentorias para pilotos mulheres, uma área historicamente dominada por homens.

A última viagem

Em busca de mais um novo recorde, em 1937, Earhart partiu para uma viagem ao redor do mundo, ao lado de Fred Noonan, para se tornar a primeira mulher a realizar um voo ao redor do mundo.

Eles estavam a bordo de um avião bimotor, modelo Lockheed Electra 10E. Para conseguir voar por longas distâncias, a piloto modificou a aeronaves, instalando quatro tanques de combustível extras.

Depois de voar pelos Estados Unidos, América do Sul, África e Oriente Médio, Earhart deveria seguir para próximo destino: a Ilha Howland, no meio do Oceano Pacífico.

Porém, localizar uma ilha tão pequena em meio à imensidão azul não era uma tarefa fácil. Em uma das últimas mensagens, a piloto pediu ajuda. “O Electra está preparado para o nosso salto mais longo. Howland é um local tão pequeno no Pacífico que toda a ajuda para localizá-lo deve estar disponível”, disse.

A pedido de Earhart, o governo dos Estados Unidos posicionou um navio da Guarda Costeira próximo a ilha. Quatorze horas depois, Earhart transmitiu uma mensagem distorcida sobre tempo nublado. Mais tarde, ela disse que estava a 320 quilômetros de distância.

Apesar de os radares indicarem que ela estava se aproximando, o desafio de encontrar a ilha foi grande demais. Era possível que ela ultrapassasse a ilha. Na última mensagem captada, Earhart informou a posição que estava. Mas depois, só houve silêncio.

Com o desaparecimento do avião da piloto, o governo dos EUA iniciou uma busca intensa. Porém, ela foi cancelada três semanas depois, sem nenhum sinal de Earhart.

*Com informações da AFP

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Fernanda Rodrigues é repórter da Itatiaia. Graduada em Jornalismo e Relações Internacionais, cobre principalmente Brasil e Mundo.