A Agência Espacial Norte-Americana (NASA) liberou, nesta quinta-feira (11), imagens inéditas da superfície de Marte com sons. Assista:
O vídeo foi capturada pelo rover de exploração Perseverance, que chegou ao planeta vermelho em 18 de fevereiro de 2021.
A imagem panorâmica mostra a região conhecida como Cratera Jezero e foi registrada ao longo de três dias, em novembro de 2023.
O vídeo foi editada para proporcionar condições de iluminação semelhantes às da Terra, destacando detalhes que podem revelar evidências da existência de vida extraterrestre em Marte.
Vida extraterrestre?
A Cratera Jezero é uma depressão com 45 km de diâmetro, localizada no hemisfério norte de Marte, com cerca de 3,8 bilhões de anos.
Os cientistas acreditam que a região continha um lago com cerca de 250 metros de profundidade há cerca de 3,5 bilhões de anos atrás.
A missão do Perseverance é coletar amostras de rochas e sedimentos da cratera Jezero e armazená-las em tubos de metal. Essas amostras serão enviadas à Terra em uma missão futura.
O local é promissor para a busca por evidências de vida extraterrestre. Imagens da órbita mostraram que a cratera apresenta feições morfológicas que lembram deltas encontradas na Terra.
Os deltas são formados quando um rio deposita sedimentos em uma bacia fluvial. A suspeita sugere que a cratera já foi inundada por um lago há milhares de anos.
Hoje, Marte é um planeta frio, seco e estéril, com uma atmosfera fina e temperatura média de -63°C. Essas condições são muito adversas para a existência de vida como a conhecemos.
No entanto, Marte também já foi um lugar muito diferente. Há bilhões de anos, o planeta era quente e úmido, com água líquida na superfície. Essas condições eram potencialmente favoráveis à vida.
Perseverance
O Perseverance é um rover de seis rodas com um comprimento de 3,1 metros e uma largura de 2,2 metros. O veículo espacial foi projetado para se locomover em Marte, realizando missões de exploração e coleta de dados.
Ele é equipado com uma variedade de instrumentos científicos, incluindo câmeras, espectrômetros e um braço robótico.
Enviado em 30 de julho de 2020, o Perseverance tem como principal missão a captura de imagens e a coleta de rochas de Marte, visando a análise detalhada da superfície rochosa do planeta e evidências das condições favoráveis à vida microbiana no passado.
Segundo os pesquisadores da NASA, a coleta de amostras físicas é essencial para determinar se essas rochas apresentam evidências de vida.
Existem, atualmente, dois rovers em atuação em Marte. O Curiosity pousou em Marte, em 6 de agosto de 2012, com a missão de estudar a sua geologia e o clima.
O Curiosity já percorreu mais de 27 km em Marte e, atualmente, está em missão na região chamada de “Monte Sharp”.
O robô descobriu evidências de que Marte já foi um planeta quente e úmido, com água líquida na superfície.
Os rovers não funcionam de maneira totalmente autônoma. Eles são controlados por engenheiros na Terra, que usam telemetria para enviar comandos.
No entanto, os robôs também possuem sensores que permitem que eles detectem e desviem de obstáculos de maneira autônoma.
Robôs não voltarão a Terra
Os rovers Perseverance e Curiosity não voltarão à Terra. Eles são projetados para operar em Marte durante muitos anos, mas não há tecnologia disponível para trazê-los de volta com segurança.
As amostras coletadas pelos rovers serão enviadas de volta à Terra em uma missão futura, chamada de Mars Sample Return (Retorno de Amostras de Marte, em tradução).
A missão vai contar com a participação de três espaçonaves que vão se dividir entre órbitar Marte, pousar, coletar as amostras e retornar à Terra.
A missão está prevista para começar em 2026 e retornar com as amostras ao planeta em 2033.